Por: Louder Mendes
Esta semana o assunto do momento é a chegada do sinal 5G em Cuiabá e com ele, algumas dúvidas que estão deixando todos bem receosos. Mas primeiro é importante dizer que quando se fala em instalação de qualquer tipo de tecnologia, esse processo não ocorre da noite para o dia, mas sim de forma gradativa.
Então, para começar é importante saber que o sinal 5G ainda não está disponível em todos os lugares de Cuiabá. Cerca de 100 bairros estão com o sinal ativado, o que representa pouco menos de 30% de todas as regiões da capital. Esta ampliação será feita gradualmente e ainda depende da instalação das antenas e do interesse das operadoras.
Mas é preciso que todos fiquem atentos a algumas questões. Por exemplo, quem tiver um celular mais antigo, precisará comprar um novo aparelho para conseguir acessar o sinal 5G. Porém, o 4G continuará funcionando normalmente e esta mudança será aplicada integralmente ao longo dos anos, justamente para que todos possam se adequar.
Vale lembrar, inclusive, que existem municípios em Mato Grosso que possuem apenas o 3G e áreas que sequer pegam internet. Portanto, a chegada da nova tecnologia não representa o fim das anteriores, elas devem conviver simultaneamente por um bom tempo. Já sobre os planos de internet, primeiro é preciso deixar claro que a 5G não tem preço diferenciado.
Ela é apenas um sinal que a operadora disponibiliza. O que vai determinar o custo é o seu anseio pelo consumo de dados. Automaticamente, com uma maior velocidade para navegação, a tendência é que o usuário passe a ficar mais tempo online, o que, consequentemente, intui na ampliação do plano.
Este aumento de consumo é imperceptível. Se você analisar seu pacote desde o 2G, hoje você busca mais informações do que antes. Vivemos nos adventos das redes sociais, e esse acesso representa entre 70% a 80% do uso de dados. Porém, é importante destacar que apesar disso, o gasto que se tem hoje com telecomunicação é infinitamente menor.
Basta lembrar que no início pagava-se pela chamada quem ligava e quem atendia. Nos tempos atuais, quase nem se usa mais essa chamada convencional. Liga-se por aplicativos, chamadas de vídeos, o que gera um maior consumo da internet do celular. Já sobre a antena parabólica, sim, de fato haverá mudanças.
Isto porque a 5G trabalha na mesma frequência em que a parabólica, justamente para ter um alcance maior de pessoas. Então, os sinais destas antenas tiveram que ser movidos para outras faixas. Além disso, o edital de licitação de implantação do 5G determina que o sinal seja instalado na zona rural e estradas.
Então, existe a perspectiva de que, senão tudo, quase tudo, será transmitido por streaming pelo celular ou fibra. Agora vamos à questão mais prática. O que muda com o sinal 5G? De imediato, as pessoas devem experimentar uma velocidade muito maior para baixar e enviar arquivos pelo celular e presenciar menor atraso em videochamadas.
Isto vale para assistir os stories no instagram e até mesmo ver filmes e séries nos sistemas de streaming. Isso porque o 5G pode ser até 100 vezes mais rápido do que sua antecessora. Além disso, ela também possui baixa latência, que, explicando de forma bem fácil, é quando você tem sinal permanente, ou seja, não tem quedas.
Se você estiver escutando rádio ou em um aplicativo de filmes é normal a programação “congelar” ou até ter um delay. Com a 5G, isto não irá ocorrer, porque ela oferece uma conexão uniforme. Uma vez que você junta a velocidade e baixa latência é possível oferecer serviços como conectar carro, casa, empresa e controlar tudo pelo celular.
Mas este é apenas um dos cenários, porque não podemos mensurar no dia a dia quais inovações deverão surgir, já que ela abre um leque de possibilidades. A tecnologia 5G é um portal de entrada para uma série de serviços que serão oferecidos no futuro, interferindo, em áreas como a Medicina, Agronegócio, Comunicação, e muitas outras.
É o início de uma nova era.
*Louder Mendes é analista de Sistemas, especialista em Segurança da Informação e diretor executivo da On Line Engenharia de Sistema