Atropelamento na Miguel Sutil: Advogado diz que dono do carro não parou por medo de ser linchado

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O advogado Jonatas Peixoto, que atua na defesa do vigilante Diogo Pereira Fortes, de 33 anos, investigado pelo atropelamento e morte de um estudante universitário na semana passada, em Cuiabá, alegou que seu cliente não parou no local do acidente por medo de ser linchado.

O estudante de Medicina Veterinária Frederico Albuquerque Siqueira Corrêa da Costa, de 21, foi atropelado em frente a uma distribuidora de bebidas na Avenida Beira Rio, na madrugada de sexta-feira (2).

Em depoimento, o investigado alegou não estar na direção do veículo no momento do acidente e disse apenas ter sentido a pancada da batida. Ele é o proprietário do carro, um Honda City.

Segundo o vigilante, a amiga estava ao volante e, após sentir o impacto da batida, ele teria perguntado a ela o que havia acontecido. Em resposta, conforme a sua versão, a amiga disse que provavelmente atingira algum veículo.

“Ele não parou na madrugada porque tinha muita gente na distribuidora, com receio de ser linchado, o que normalmente acontece. Ele não parou, parou um pouco mais a diante e não viu nenhuma movimentação muito estranha naquela hora”, explicou Peixoto.

Momentos antes do acidente, os dois estavam em uma lanchonete e, no caminho de volta, segundo o investigado, a mulher, de 24 anos, assumiu a direção do veículo.

Depois da batida Diogo conta que deixou a amiga em casa e só depois teria visto os danos causados no veículo, indicando que algo grave havia acontecido. O para-choque ficou pelo caminho e o vido do lado do passageiro, onde Diogo alegou ter ficado, estava quebrado.

Depois disso ele teria ligado para o Ciosp verificando se havia algum registro de acidente no local.

Ligação de alerta

Conforme Peixoto, seu cliente ligou várias vezes ao Ciosp, entre 12 e 13 vezes, para verificar se havia algum registro de ocorrência na Avenida Beira Rio naquela madrugada.

No momento, segundo ele, não havia nenhuma ocorrência registrada, o que deixou Diogo tranquilo para terminar o seu plantão, conforme a defesa.

Ainda em dúvida, no dia seguinte, o advogado conta que ele voltou à distribuidora para perguntar se havia ocorrido algum acidente por ali durante a madrugada.

O proprietário do estabelecimento teria confirmado o caso, momento em que Diogo disse ter tido conhecimento do acidente.

Conforme o B.O., enquanto a Polícia atendia a ocorrência de atropelamento, o Ciosp recebeu a ligação do proprietário do veículo, questionando sobre um possível acidente.

Naquele momento, o homem alegou ter emprestado o carro para uma amiga e tê-lo recebido de volta “todo amassado”.

Depois disso a Polícia tentou contato novamente com ele e não obteve retorno.

Horário de expediente

Conforme as investigações, o rapaz, que trabalha como vigia noturno, estaria em horário de trabalho e se ausentou do local, onde deveria estar entre o período das 18h e 6h.

O suspeito se ausentou do serviço às 19h30 e só retornou ao trabalho por volta das 4h30 com o veículo danificado.

De acordo com a defesa do investigado, “todos os indivíduos que trabalham em uma jornada de 12 horas, uma jornada plantonista, saem no horário de expediente para fazer o lanche, é de praxe. Ele estava em horário de lanche e aí aconteceu o fatídico acidente”.

Troca de defesa

A mulher que foi apontada como a motorista do veículo no momento do acidente trocou de defesa e será ouvida na quinta-feira (8).

“Ela se sentiu mais confortável em trocar de advogado, até mesmo para que não configurasse um combinado entre as teses defensivas”, afirmou Peixoto.

Segundo ele, a versão apresentada será a mesma que a de seu cliente.

Fonte: Midianews