Prefeito critica MP, condena greve e vê médicos como ‘preguiçosos’

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Em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira (2), o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) criticou a decisão do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), de pedir ao Tribunal de Justiça uma intervenção no setor da Saúde Pública de Cuiabá.

Ele acusou o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) e o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, de agirem “de forma orquestrada” e com viés eleitoral para favorecer o governador Mauro Mendes (UB), candidato à reeleição.

“É inaceitável o que está ocorrendo”, afirmou Emanuel, acrescentando que o sindicato e o MP atuam de forme eleitoreira, considerando que sua mulher, a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV), é candidata ao Governo do Estado.

Se dirigindo diretamente ao Sindimed, o prefeito disse que a entidade opera sem representatividade e chamou o presidente, médico Adeildo Lucena, de “parceiro do ócio” e “preguiçoso”.

Na representação assinada pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, o MPMT deixa claro que o pedido de intervenção abrange apenas a Secretaria Municipal de Saúde, incluindo a administração direta e indireta (Empresa Cuiabana de Saúde).

A instituição apresenta várias decisões judiciais descumpridas pelo Município de Cuiabá.

Nesta semana, os médicos declararam greve, a partir de segunda-feira (5), em razão do descumprimento de decisões judiciais por parte da Prefeitura.

“Quando eu cobro deles que eles trabalhem, eles começam a fazer a reação montada, um joguinho casado, claramente um combinado, em virtude do mês eleitoral, entre o Sindicato dos Médicos e procurador-geral de Justiça do Estado de Mato Grosso. Recebi a ligação de vários procuradores, procuradoras, uma instituição seríssima, mas que, na atual gestão, vem servindo por todos os meios, de todas as formas, ao atual governador do Estado. E, com isso, tentando atacar minha gestão. Tentando plantar um caos que não existe, quando, na verdade, quem carrega a Saúde do Estado é Cuiabá”, afirmou Emanuel.

Ele disse ter “compromisso com o povo” e voltou a atacar os médicos, afirmando que o grupo que deflagrou greve é “pequeno e sem legitimidade”.

“Esse grupo não tem legitimidade porque é o grupo que não quer trabalhar, é o grupo que só quer direitos, direitos, direitos e são incapazes de trabalhar. É o grupo que vê o serviço público como bico, e não como uma missão”, afirmou.

Nas suas alegações feitas ao MP, o Sindimed afirmou que os médicos que atuam no município estão sem receber salário há mais de três meses.

Uma das reinvindicações do Sindimed, além dos salários atrasados, é a explicação sobre o concurso público para a Saúde, do qual, segundo a entidade, foram retiradas mais de 200 vagas para médico das UPAs e Policlínicas.

DEFESA – Na manhã desta sexta-feira, a candidata ao Governo do Estado, Márcia Pinheiro (PV), saiu em defesa da gestão de seu marido, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).

Ela classificou o pedido do Ministério Público Estadual (MPE), de intervenção na Saúde da Capital, como “eleitoreiro”.

Para ela, o MP está agindo a fim de prejudicar o seu projeto eleitoral, que visa ao comando do Palácio Paiaguás.

Fonte: Diário de Cuiabá