Entidades realizam ato em Cuiabá em memória de Bruno Pereira e Dom Phillips e pedem justiça

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Sete entidades se reúnem na próxima terça-feira (21), para realizar um ato em memória de Bruno Pereira e Dom Phillips, na Praça Alencastro, no centro de Cuiabá. Seus corpos foram encontrados na tarde desta última quarta-feira (15), após um dos suspeitos relatar o local em que havia enterrado os cadáveres, a cerca de 3,1 quilômetros da região onde ocorreu o crime.

A dupla desapareceu no último dia 5, no Vale do Javari, no Amazonas. O crime chocou todo o país.

A organização do evento, na Capital, pede que as pessoas compareçam de máscara e tragam álcool em gel. Ao  pedir que todos se unam para pedir justiça por Bruno Pereira e Dom Phillips.

“Se suas mortes são razão de luto, suas vidas são razão de luta! […] Vamos continuar a luta mesmo estando em luto! Junte-se a nós em um ato pela memória de Bruno Pereira e Dom Phillips. . Vamos continuar na luta’.

O evento é organizado pelo Centro Burnier Fé e Justiça (Cbfj); Comissão Pastoral da Terra (CPT-MT);Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Fórum de Direitos Humanos e da Terra (Fdht-MT), Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad); Indigenistas Associados (INA) e Operação Amazônia Nativa (Opan).

O caso 

Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram enquanto realizavam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões em terras indígenas na região. Eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino. Itens pertencentes a eles, como mochila, botas e uma calça já tinham sido encontrados na semana passada.

A Terra Indígena Vale do Javari, onde forças de segurança realizaram buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips, é palco de conflitos que envolvem garimpo, extração de madeira, pesca ilegal e narcotraficantes.

O indigenista e o repórter do jornal The Guardian sumiram no último domingo (5) quando faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, a 1.135 quilômetros de Manaus.

Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica localizada no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados — a maior população indígena não contatada do mundo. A área é a segunda maior terra indígena do país — atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares — e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não tem eixos rodoviários nem ferroviários próximos

O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, confirmou na noite de quarta-feira (15), em uma entrevista à imprensa, que Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou ter assassinado o indigenista Bruno e o jornalista inglês Dom Phillips.

Os remanescentes humanos encontrados enterrados no local indicado por Amarildo foram encaminhados para perícia em Brasília. E depois confirmadas as identificações às respectivas famílias das vítimas.

Além de Amarildo, também está preso seu irmão, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, mas, segundo a PF, ele não confessou envolvimento no caso. A participação no crime de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada e novas prisões não estão descartadas.

Fonte: O Bom da Notícia