No mês de maio, a dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano realizou dois shows em Mato Grosso. O primeiro, em Sorriso (397 km de Cuiabá), custou aos cofres públicos R$ 400 mil. No fim do mês, contudo, a Prefeitura de Brasnorte pagou 37,5% a mais para contratar a dupla.
Zé Neto e Cristiano estão no centro da polêmica envolvendo os shows sertanejos pagos com verba pública. O assunto ganhou destaque depois que os cantores usaram o palco na apresentação de Sorriso para criticar a lei Rouanet.
Somente nas duas apresentações de Mato Grosso, entretanto, os artistas faturaram R$ 950 mil oriundos de verba pública. Os gastos exorbitantes com a contratação de artistas levaram o Ministério Público a dar início a investigações em 24 municípios mato-grossenses.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, somente em 2022, R$ 16,6 milhões foram gastos com a contratação de artistas pelas prefeituras de Mato Grosso.
Em alguns casos, como em Sorriso, o cachê ficou dentro da média do que os cantores recebem Brasil afora. No caso de Zé Neto e Cristiano, o cachê varia de R$ 400 mil a R$ 500 mil. Em Brasnorte, entretanto, o cachê foi bem mais alto, firmado em R$ 550 mil para uma apresentação em comemoração ao aniversário da cidade.
O mesmo aconteceu com o cantor Leonardo, que recebe, em média, R$ 280 mil por apresentação. Em Brasnorte, por outro lado, foram gastos R$ 390 mil com o show. Segundo as apurações da Folha, no total, a Prefeitura de Brasnorte já empenhou R$ 1,54 milhão na contratação de artistas.
OUTRO LADO
A reportagem do HNT questionou a Prefeitura de Brasnorte sobre os valores pagos para as apresentações dos artistas e aguarda resposta.
Fonte: HNT
