O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin solicitou ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para que o órgão explique as reclamações apresentadas pela adolescente que matou Isabele Guimarães Ramos, à época com 14 anos, com um tiro no rosto, em Cuiabá. Segundo o despacho publicado nesta segunda-feira (25), há registro de falta d’água e oferecimento de comida estragada à menor, que está internada no Lar Menina Moça, na Capital.
O HNT noticiou a falta d’água na unidade feminina do socieducativo em Cuiabá em primeira mão.
Ainda conforme o despacho, a adolescente corre risco, físico já que outra interna foi apreendida com um instrumento cortante fora do local em que seu uso é permitido.
A defesa ainda informou ao STF de que a menor recebeu autorização para participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porém, a unidade de internação não inscreveu as internas para realizarem a prova.
“Encaminhamento da paciente “ao CAPSi, uma unidade destinada ao atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais, com um veículo estacionado à sua porta com o adesivo “#Nãofoiacidente”, submetendo-a atendimento (interrogatório) com a própria tia da vítima”, finalizou a defesa.
O ministro deu o prazo de cinco dias para que as explicações sejam encaminhadas.
ENTENDA O CASO
A responsável pelo tiro que matou Isabele foi internada no dia 19 de janeiro de 2021, após decisão da juíza da 2ª Vara Especializada da Infância e da Juventude de Cuiabá, Cristiane Padim da Silva. Semestralmente, a medida socioeducativa passa por uma reavaliação da Justiça de forma automática. A assassina de Isabele responde por ato infracional análogo ao homicídio doloso e poderá permanecer até três anos internada ao todo. Já decorream um ano e três meses da medida.
Em julho de 2020, a atiradora havia recebido seu namorado, que levou a arma do crime, e Isabele. Ela atirou na amiga depois que o namorado deixou a residência, localizada no condomínio de luxo Alphaville.
O adolescente, à época com 16 anos, teria deixado a arma na casa da namorada por medo de ser pego em uma blitz. Ele, assim como a menor que matou a amiga, era praticante de tiro esportivo.
A defesa da atiradora sustenta a tese de que o tiro foi acidental e que a arma teria escorregado da mão da adolescente. Na decisão que determinou a internação dela, no entanto, a juíza Cristiane Padim da Silva disse que a adolescente agiu com “frieza, hostilidade, desamor e desumanidade”.
Fonte: Hipernotícias