O Ministério Público de Mato Grosso instaurou um inquérito para apurar uma denúncia feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o deputado estadual mato-grossense Gilberto Cattani para apurar crimes de difamação, injúria, ameaça e associação criminosa em virtude de um outdoor contra o ex-presidente instalado em Rondonópolis.
Lula prestou queixa à Delegacia Regional de Rondonópolis após a instalação de um outdoor na cidade, às margens da BR-364, com sua foto e os dizeres “Aqui esse bandido é reconhecido como ‘o traidor da Pátria’. Fora… maldito”. O ex-presidente argumenta que o outdoor seria uma reação do grupo de “extrema direita” chamado Movimento Conservador de Rondonópolis, ao convite feito pelo prefeito José Carlos do Pátio para que Lula visitasse a cidade.
A denúncia aponta Thiago Mota de Lima e Michel Pagno como coautores dos ataques criminosos. Thiago é quem administra o grupo Movimento Conservador de Rondonópolis em redes sociais. E Michel teria participado da organização e confecção do outdoor. O deputado Gilberto Cattani também é citado pois compareceu à “inauguração” do outdoor em Rondonópolis e postou em suas redes sociais que participou do ato “em homenagem ao maior ladrão do país”.
A delegacia de Rondonópolis encaminhou o requerimento de Lula ao Ministério Público tendo em vista o possível envolvimento do parlamentar, que tem foro especial. Em seu despacho, o procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), frisa que a princípio há indícios da prática de ilícitos penais.
“Os elementos probatórios que acompanharam a representação indicam que, ao menos no primeiro olhar, o deputado estadual Gilberto Cattani, Thiago Mota de Lima, Michel Pagno e outros ainda não identificados, se associaram, de forma estável e permanente, para a prática reiterada de delitos contra a hora do ex-presidente da República”, diz um trecho do documento do MP.
O deputado Gilberto Cattani, questionado sobre o inquérito aberto pelo ex-presidente Lula contra ele, e ao contrário das demais manifestações que fez em suas redes sociais sobre o outdoor, agora informou que prefere não falar e que vai se pronunciar sobre o assunto apenas em juízo. “Uma vez que foi ajuizado, vamos deixar a Justiça trabalhar. Foi aberto inquérito e acredito que vão nos intimar para prestar esclarecimento”, disse o parlamentar.
Fonte: PNB
