Justiça decidiu manter presos os membros da quadrilha investigada pelo crime de tráfico internacional de drogas entre Brasil e Europa, desarticulada nesta semana, pela Polícia Federal da Bahia. Entre eles, estão o lobista de Cuiabá Rowles Magalhães, o ex-secretário de Estado de Ciências, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Nilton Borgato e a doleira condenada a 18 anos de prisão na Operação Lava Jato, Nelma Kodama.
As audiências de custódia aconteceram de forma virtual entre os dias 19 e 20. Do primeiro escalão da organização criminosa – conforme já divulgado pela reportagem, foram mantidas as prisões de Rowles e Nilton. Nelma, que também faz parte do grupo, segue presa, mas ainda não passou pela audiência. Ela é a única do grupo que teve o mandado de prisão cumprido fora do país, em Portugal. Não há data para ela chegar no país.
No momento de ser ouvido pelo juiz, Rowles chegou a declarar que houve ilegalidades durante o ato de sua prisão, já que teria sido impedido de entrar em contato com seu advogado. A defesa alegou que só aparece após ter conhecimento do caso pela imprensa.
Juiz pediu para que a polícia foi oficializada para esclarecer o fato, mas nada que mude o resultado da audiência, ele segue preso. Já do segundo escalão, ficaram presos Marcelo Lucena e Fernando Souza Honorato. “Marcelo é doleiro/pagador que Rowles recorre para suas transações com dinheiro proveniente do tráfico”, diz trecho do relatório da PF.
Já Fernando trabalha em um hangar, dentro de um aeródromo, e forneceu acesso aos criminosos para realizar o carregamento de droga apreendido em Salvador – mais de 500 kg de cocaína.
Investigação
A Operação Descobrimento tem como base a apreensão de 595 kg de cocaína apreendidas dentro da fuselagem de uma aeronave em fevereiro de 2021, dentro do Aeroporto Internacional de Salvador. O jato Dassault Falcon 900, de uma empresa portuguesa de táxi aéreo, parou para abastecer e durante a inspeção, agentes encontraram a droga.
A partir das investigações, a polícia conseguiu identificar toda a estrutura criminosa atuante nos dois países, compostas por fornecedores de cocaína, mecânicos e auxiliares –responsáveis pela abertura da fuselagem do avião para esconder a droga -, transportadores – que eram responsáveis pelos voos – além dos doleiros – responsáveis pela movimentação financeira do grupo.
Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão preventiva na Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.
Três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão também foram cumpridos em Portugal, nas cidades do Porto e Braga. As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvados e pela Justiça Portuguesa. Foram decretadas ainda medidas de apreensão, sequestro e bloqueio de imóveis, bens e valores das contas usadas pelos investigados.
Fonte: Gazeta Digital