O vereador por Cuiabá, Tenente-Coronel Marcos Paccola (Republicanos), criticou o pedido de cassação de seu mandato, protocolado pela colega Edna Sampaio (PT), e disse não acreditar em análise da Câmara Municipal.
O pedido foi feito na Comissão de Ética e Decoro do Legislativo. Segundo Edna, Paccola fez “discurso de ódio” ao afirmar que “vagabundo tem que morrer ” e ao dizer possuir armas suficientes para enfrentar “500 petistas”.
O vereador, por sua vez, disse que nunca incitou o ódio e também disse não acreditar em exagero nas declarações. Ele pediu uma revisão de suas falas por entender não ter dito que “caçaria petistas”.
“Não exagerei. Se a gente for fazer uma revisão, quem começou com discurso de ódio foi o ex-presidiário Lula, quando chama os militantes para ir até as casas dos deputados. Quem fez a incitação foi ele”, afirmou o parlamentar ao MidiaNews.
“Em momento algum eu disse que caçaria petista, podem revisar minha fala. Eu disse ‘se’ tentarem invadir nossas casas.O que disse é que é nosso dever como cristão defender a prole. Ninguém vai, por qualquer que seja o motivo, atacar os nossos filhos e as nossas famílias. E nós iremos nos defender de todas as formas, inclusive, se necessário utilizando nossas armas”, acrescentou.
Quanto a defesa de policiais militares alvos da Operação Simulacrum, ao dizer que “vagabundo tem que morrer”, Paccola afirmou que o discurso de Edna é “hipócrita” e “demagogo”.
“Se um bandido vem para cima de mim, qual outra coisa a se fazer se não responder a altura? O criminoso que vem para cima do policial, qual a outra opção senão reagir? Ela quer que faça o que? Gritar? Jogar livros? Esse discurso que é da demagogia, hipocrisia”, afirmou.
“Eu defendo a polícia, a sociedade de bem. Quem defende bandido são eles, porque quanto mais bandido vivo mais votos eles vão ter. Porque bandidos votam tudo neles. Eu não tenho bandido que vai votar em mim”, afirmou.
Instalação do processo
O pedido de cassação deverá ser analisado pela Mesa Diretora da Casa e posteriormente pela Comissão de Ética. Se aceita, a comissão irá elaborar um parecer que segue para a votação entre os parlamentares.
Paccola, no entanto, não acredita que o pedido possa prosperar. Ele lembrou que na legislação passada, em março de 2020, tentaram cassar o então vereador Abílio Junior (PL), mas que isso acabou fortalecendo politicamente o parlamentar.
“Não acredito na possibilidade de vingar. É só olhar todas as ações que a vereadora entrou, nunca ganhou nada. Nem na Justiça, nem na Câmara. Tem um péssimo assessoramento jurídico”, afirmou.
“Mas se a comissão acolher, vai caber ao plenário julgar. E a minha atuação dentro da política é defendendo aquilo que acredito. Não tenho apego ao cargo. Se decidirem por qualquer tipo de processo, é só pensar o que fizeram com o Abílio. Tentaram cassar o Abílio e quase entregaram a Prefeitura na mão dele”, completou.
Entenda
Na sessão do dia 31 de março, o vereador Paccola saiu em defesa dos policiais militares presos pela Polícia Civil durante a Operação Simulacrum, deflagrada naquele dia.
A ação prendeu mais de 60 PMs sob a suspeita de terem atuado na morte de 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro pessoas.
“A polícia tem que agir primeiro. E vagabundo que sai com arma na mão para roubar, está disposto a tomar tiro para morrer. Vagabundo que sai armado na rua tem que ir para ‘pedra’. Bateu de frente com a polícia, tem que morrer”, disse.
Já na sessão da semana passada, sugeriu que poderia atirar em até 500 militantes do PT, partido de Edna, caso eles realizem manifestação na frente da sua residência.
A declaração foi uma resposta a uma fala do ex-presidente Lula, que disse que em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam “mapear” o endereço de cada deputado e comparecer em sua porta.
Fonte: Midianews