A entrada do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na corrida presidencial pode enfraquecer os palanques estaduais do presidente Jair Bolsonaro (PL). As candidaturas disputam o apoio de pelo menos dois governadores: Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná.
Na eleição de 2018, Bolsonaro teve apoio explícito de 12 dos governadores eleitos. O mineiro Zema chegou a pedir votos para o presidente em um debate. Agora, procura manter distância. Em novembro, Moro o convidou para formar uma aliança. O mineiro, porém, vem afirmando que apoiará o pré-candidato do Novo, Luiz Felipe d’Ávila.
Apesar disso, o governador manteve acenos ao presidente. Num evento ao lado de Bolsonaro, no fim de setembro, ele tirou a máscara que usava e foi aplaudido pela claque bolsonarista.
Outro antigo aliado de Bolsonaro que está dividido é Ratinho Jr. O entorno de Moro diz acreditar que, no estado berço da Operação Lava-Jato, o senador Álvaro Dias (Podemos) e o governador estarão no mesmo palanque. Ainda assim, a decisão depende de arranjos. O PSD também lançou um pré-candidato, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG).
O governador, porém, não fechou as portas com o presidente. Em outubro, estiveram juntos na inauguração da ampliação de um aeroporto em Maringá.
Olho no União Brasil
Uma costura tramada por Podemos e uma ala do PSL pode tirar outros antigos aliados de Bolsonaro. O vice-presidente nacional do partido, que deve se fundir com o DEM, Júnior Bozzella, tem defendido uma coalizão em torno de Moro, o que poderia levar ao palanque do ex-ministro mais três governadores. Bozella e Renata Abreu, presidente do Podemos, já conversaram sobre o assunto em São Paulo.
— Em São Paulo, Rio e Minas precisamos pensar bem a estratégia (de palanques estaduais), porque é onde dá pra tirar os 35% para botar ele (Moro) no segundo turno. (É preciso) pensar se não valeria uma candidatura ou aliança — diz Renata.
Fonte: Folhamax