Apesar de afirmar sempre que as prefeituras têm autonomia para tomar decisões acerca das medidas de biossegurança contra o novo coronavírus (Covid-19), o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que os grandes eventos anunciados por alguns prefeitos para o final de ano podem acarretar no aumento de casos da doença. Em relação ao uso obrigatório ou não de máscaras, Figueiredo preferiu deixar para as movimentações para os ‘órgãos de controle’.
A prefeita de Cáceres, Eliene Liberato (PSB), por exemplo, já anunciou que a cidade terá 13 dias de festa entre Natal e Réveillon, inclusive com show nacional. Outros gestores do interior também planejam comemorar as festas. “Nós estamos em um momento menos difícil do que já tivemos, né? [São] acompanhados os números por toda a população. Nós ainda não temos cobertura vacinal de 90% da população com as duas doses. Isso nos deixa de certa forma vulneráveis. Então, quanto mais eventos nós promovermos de aglomeração de pessoas, corre o risco de crescer o número de pessoas infectadas. É um risco. Toda decisão tem um risco”, argumentou Gilberto.
Em relação à obrigatoriedade do uso de máscaras, o secretário preferiu não comentar. Recentemente, municípios como Cuiabá e Jaciara emitiram decretos que desobrigavam o uso em locais abertos, mas o Governo do Estado ainda mantém a exigência. Há, inclusive, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a medida de biossegurança mais rígida é a que prevalece.
“O governo vai analisar no mês de dezembro essa decisão estadual [de obrigar o uso de máscara]. No mês de dezembro, com prudência, nós vamos fazer isso. Então eu não quero aqui ficar debatendo e discutindo decisões de âmbito municipal. Isso é a questão dos órgãos de controle, para Ministério Público, enfim, eu acho que não é esse o tema mais importante nesse momento na área da saúde”, argumentou Gilberto, afirmando que o que deve ser discutido neste momento é a vacinação e as cirurgias eletivas.
Fonte: Olhar Direto