Lenda do rádio na Baixada Cuiabana, ‘Nhô Boró’ morre em hospital da capital

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O radialista Antônio de Moraes, popularmente conhecido como Nhô Boró, morreu na tarde deste sábado (20). Ele estava internado há três dias no Hospital Santa Helena. Segundo informações obtidas pelo HiperNotícias, o radialista foi internado na terça-feira (16) e, na tarde deste sábado, não resistiu e morreu. As causas da morte ainda não foram divulgadas.

Nhô Boró era uma lenda do rádio mato-grossense. Ainda jovem, começou a carreira na Rádio Voz do Oeste. Ele atuou em várias emissoras e foi um dos únicos a ter programa de auditório via rádio. Mas foi com o programa Ranchinho do Boró, apresentado durante a madrugada, que radialista conquistou os fãs.

Durante 30 anos, o “Ranchinho do Boró” esteve presente nas madrugadas dos mato-grossenses em diferentes emissoras: Voz do Oeste, Difusora, Atividade e A Gazeta. Uns dos quadros marcantes e famosos de seus programas era o de recados, ele transmitia recados de familiares e amigos que se comunicavam através dele, no programa.

Um dos filhos de Antônio, Marcos Antônio de Moraes, foi vereador em Várzea Grande e ficou conhecido como Marcos Boró.

Um dos mais respeitados e queridos profissionais do rádio na Baixada Cuiabana, Nhô Boró fez história na comunicação. Um dos principais prêmios do rádio levou o seu nome como forma de homenagem, Troféu Nhô Boró, que homenageia os profissionais do rádio de Mato Grosso.

O HiperNotícias conversou com amigos e profissionais do rádio, que demostraram em palavras o quanto Nhô Boró era um profissional querido na Baixada Cuiabana.

“Eu convive muitos anos com Nhô Boró, eu jamais conheci uma pessoa tão humilde. A voz e o comportamento dele exprimiam exatamente o espírito dele. No seu fusquinha azul, fazia uns programas sertanejos de manhã na rádio, ele até brincava com os ouvintes: ‘quem tem um ovo aí pode manda para mim, uma galinha’, era uma cara muito doce. Um cara que eu sempre fui muito apaixonado por ele. É um resumo da ópera, poucos tinham o caráter, o amor e a tranquilidade de alma que Nhô Boró teve a vida toda”, relata o amigo e radialista Lino Rossi.

“Quando eu comecei no rádio, ele estava parando praticamente. Não convivi muito com ele, mas foi o maior nome da programação sertaneja em Mato Grosso da época, que tinha um estilo de linguajar único, cuiabano nato, falava a língua do povo, tocava música raiz, não o que tocam hoje, que não dá nem para ouvir. Foi uma grande perda para o rádio, que já vinha sofrendo essas grandes perdas antes desses ícones morrerem, porque com fim a rádio AM, com a migração para FM, esses caras ficaram desempregados. É uma perda enorme”, conta o jornalista Oliveira Júnior.

A família ainda divulgou informações sobre velório e sepultamento.

Fonte: Hipernotícias