Em Rondonópolis, católicos pedem beatificação e canonização de Padre Miguel

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Católicos celebram em 1º de novembro o Dia de Todos os Santos, sendo que cinco ou são brasileiros ou viveram no Brasil, mas nenhum mato-grossense. Porém, um grupo de fiéis pede a beatificação e canonização de padre Miguel, que evangelizou em Rondonópolis e que a exemplo de tantos outros moradores em Mato Grosso era imigrante, mas “rondonopolitano de coração e por opção”.

Um santo mato-grossense – o primeiro – beatificado e canonizado pelo papa Francisco, com direito a auréola e todos os dogmas do catolicismo mundial. Será possível? Sim – responde um grupo de fiéis que elabora o conteúdo para os primeiros passos da longa caminhada pelos labirintos da Santa Sé até que Congregação para as Causas dos Santos aprove a cura de alguma doença gravíssima por força de um milagre daquele a quem querem a canonização. Com essa Congregação atestando que a mesma foi “cientificamente inexplicável no seu conjunto, segundo os atuais conhecimentos científicos”. Com esse entendimento o papa pode transformar padre Miguel em santo.

Mas, afinal, quem foi padre Miguel?    

Padre Miguel Angel Rodas Ortiz foi um dos sacerdotes mais atuantes em Rondonópolis. Fiéis da Igreja Bom Pastor, no bairro do mesmo nome, entendem que ele teve uma vida dedicada aos trabalhos missionários e sociais. Um grupo reduzido, que alinhava sua beatificação – primeiro passo para se tornar santo – tem sob sete chaves, conhecimento e documentos que o qualificam para a santificação. Por respeito a entendimento reservado nenhum diz uma palavra sequer sobre isso.

Engenheiro civil nascido em Assunção, no Paraguai, em 17 de abril de 1923, Miguel mudou-se para Rondonópolis, em 1952, para trabalhar no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit em sua primeira sigla – CR).  Também foi professor. Apaixonado por futebol, foi jogador amador e treinador. Jovem ainda, namorou, mas deixou a profissão pelo sacerdócio. Permaneceu enquanto engenheiro atuando até 1962, quando entrou para um seminário em Minas Gerais. Depois de quatro anos retornou para Rondonópolis, onde o bispo Dom Wunibaldo Tauller, o ordenou sacerdote em 26 de março de 1966, numa solenidade na matriz Sagrado Coração de Jesus. No dia seguinte, celebrou sua primeira missa, naquele templo e nunca se afastou do sacerdócio até fechar os olhos para sempre, aos 85 anos, em 13 de junho de 2008, na Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis. Um dia depois seu corpo foi sepultado no cemitério de Vila Aurora, naquela cidade.

Em 1991 e 1999 padre Miguel foi diretor Espiritual do Seminário Maior Regional de Campo Grande (MS). Foi sua única ausência de Rondonópolis em sua longa trajetória no sacerdócio.

Mais que sacerdote foi guia de uma grande comunidade rondonopolitana, sem nunca se deixar enveredar pelo campo partidário. Sua igreja nunca serviu de palco para candidaturas. Humano, extremamente simples, dividia seu tempo entre o altar e seus fiéis. Discretamente fazia longos jejuns. Visitava enfermos, famílias em conflito ou enlutadas por perda de entes queridos. Tinha uma palavra de fé e de estímulo cristão para todos

MISTÉRIO – Documentalmente está em curso o projeto do pedido de beatificação – com seus autores convictos da aprovação. Não se trata de segredo de confessionário, que padre Miguel tão bem guardava, mas o assunto é extremamente reservado. Não se trata de uma causa por um santo brasileiro, até mesmo por conta da nacionalidade dele, paraguaia, mas da defesa de um nome que além de sua missão evangelizadora realizou – sustentam fiéis – algo que o credencia para ser São Miguel de Rondonópolis.

Fonte: Diário de Cuiabá