Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) se dividem em relação ao Projeto de Lei que prevê a criação do Conselho Estadual LGBTQIA+, levado para votação pelo governo estadual.
Membro da bancada conservadora na ALMT, o deputado Faissal Calil (PV) revelou que há colegas que já manifestaram no sentido de acreditar que, se for implantado, o Conselho poderá ofender a família tradicional.
“Alguns entendem que esse conselho vai aviltar a família tradicional. Eu não vejo dessa forma, vejo que tem que fazer campanhas para acabar com o preconceito, e sou a favor disso. Eu não vejo como a criação de um conselho possa acabar com a família tradicional”, comentou Faissal nesta quarta-feira (17).
Apesar da posição, o deputado confessou que não tem “convicção” em relação ao tema, e que ainda estuda o projeto para definir se votará favorável ou não à proposta.
De acordo com o presidente do parlamento, deputado Max Russi (PSB), mesmo com articulação do governo estadual e da forte pressão sobre a Casa para a aprovação do projeto, ainda há conversas no sentido de barrar a implantação do conselho. Contudo, ele acredita que o projeto deverá conseguir a quantidade mínima de votos necessária para aprovação, ou seja, 13 favoráveis.
“Isso aqui é um colegiado e o que ganha é a maioria. Acredito eu, pelas conversas, que vai ter os votos, sim, para a aprovação, mas não posso afirmar, porque depende de cada parlamentar”, ponderou o presidente.
Na ALMT, o projeto causou confusão em razão, inicialmente, da determinação de arquivamento da proposta, feita pelo deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), quando estava interinamente como presidente da Casa, em razão de viagem de Max Russi.
Na ocasião, Dilmar atendeu a um pedido do deputado evangélico Sebastião Rezende (PSC), que preside a Comissão de Direitos Humanos, Defesa dos Direitos da Mulher, Cidadania e Amparo à Criança, Adolescente e Idoso. No entanto, acabou indo de encontro com o encaminhamento do governo, do qual é líder no parlamento.
Nesta quarta-feira, o governador Mauro Mendes (DEM) defendeu a criação do Conselho LGBTQIA+ e classificou como “radicais” os parlamentares que pretendem derrubar a proposta. Mauro destacou que há Conselhos para representar diversos grupos da sociedade e questionou: “O que tem de errado em ter um conselho para discutir políticas públicas? Está negando que essas pessoas existem?”.
Depois da polêmica, o projeto foi desarquivado e vai passar por votação na comissão de Rezende na próxima segunda-feira (22).
Fonte: Repórter MT