Fechamento de distribuidora agrava ‘crise do GNV’ em Cuiabá

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O protesto realizado por motoristas de aplicativos em frente à empresa GNC Brasil, em Cuiabá, causou prejuízos para a própria categoria. Com o fechamento dos portões da empresa na manhã desta quarta-feira (10), os postos de combustíveis que fornece gás natural veicular (GNV) em Cuiabá e Várzea Grande viram seu estoque zerar.

O desabastecimento ocorre porque o gás natural não é canalizado em Mato Grosso. O produto é comprimido em contêineres, que são levados para os postos de combustíveis em caminhões da GNC Brasil. Como os portões foram fechados, o carregamento do dia não deixou a distribuidora de gás.

“A gente tá ficando sem pressão do gás e sem carga devido ao protesto que está acontecendo lá na GNC, e eu não tenho como, sem pressão e sem carga, atender o pessoal. Então, a gente deve atender a alguns carros que estão aqui e a gente vai paralisar o abastecimento”, disse Fábio Marques, dono do posto Santos Dumont, em Várzea Grande.

O empresário relatou que a situação pode agravar se o fechamento dos portões da GNC se estender até o final da tarde. Segundo ele, a GNC teria que desligar os compressores de gás e outros equipamentos, que demandam tempo para serem reativados.

“Para reativar isso demora alguns dias, então pode ter o desabastecimento de gás, não por falta de gás, mas por causa do protesto que está havendo lá. […] Eu peço a vocês essa compreensão. A gente sabe da demanda, mas acho que o caminho não seria apropriado nesse momento”, relata.

O relato de Fábio é corroborado por Nilson Teixeira, dono de uma empresa que faz a conversão de veículos e de um posto de combustíveis. Segundo Nilson, os motoristas deveriam manifestar sua indignação em frente à MT Gás, que ele considera a verdadeira culpada pela crise.

“Isso vai dar prejuízo para todo mundo que está abastecendo. Tinham que ir lá na MT Gás, não deixar nenhum funcionário entrar na MT Gás. Ia chamar atenção da imprensa, do governador e toda aquela cambada de ratos que está no ar-condicionado ser demitida”, disse.

Nilson ainda acrescentou que a empresa tem responsabilidade por demorar no processo de ampliação de estrutura dos postos. Hoje, 3 dos 4 postos existentes estão ampliando suas capacidades com assessoria da GNC Brasil ou possuem equipamentos da concessionária.

*Com colaboração de Felipe Leonel (Estadão de MT)