A Câmara de Vereadores de Cuiabá deve decidir, na sessão desta terça-feira (09.11), se abre ou não uma Comissão Processante para investigar as denúncias de improbidade administrativa contra o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB). A Comissão Processante é um instrumento da Câmara que pode levar, ao final, à cassação do mandato do prefeito. Em tese, isso dificilmente deve ocorrer porque, para isso, o relatório final desta comissão precisaria ter os votos da maioria dos vereadores, mas Emanuel Pinheiro tem uma base fiel que, segundo a oposição, foi conquistada justamente pelos motivos que a mesma oposição tenta instalar a comissão: compra de apoio político.
O pedido para a abertura da Comissão Processante foi lido em plenário na sessão do dia 26 de outubro, uma semana após a decisão judicial que afastou Emanuel Pinheiro do cargo, na Operação Capistrun. A denúncia aponta que Emanuel é suspeito de envolvimento na contratação irregular de servidores na Secretaria Municipal de Saúde. Esses servidores seriam indicações políticas, muitos de vereadores, para garantir apoio político ao prefeito na Casa de Leis.
A previsão era de que a votação para a abertura da Comissão Processante ocorreria no dia 28 de outubro, mas tem sido sistematicamente adiada desde então. O último adiamento ocorreu após uma discussão generalizada na Câmara, na última semana, quando o presidente da Casa, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), chamou a vereadora Michelly Alencar (DEM) de histérica. Com a confusão e o bate boca, a sessão teve que ser suspensa.
“Essa gestão já vem de nove operações, sete secretários afastados. Não são apenas 200 cargos irregulares. É uma prática instalada em várias secretarias. É o momento de nos posicionarmos a favor da população”, completou a parlamentar.
“Está sendo lido o pedido para a instalação do procedimento investigativo contra o prefeito Emanuel Pinheiro contra as fartas denúncias de corrupção na Saúde. Vou votar a favor desse procedimento e da cassação de Emanuel Pinheiro. Porque corrupção na saúde mata. Basta de corrupção na Prefeitura de Cuiabá”, disse o vereador Dilemário Alencar (Podemos) na sessão em que o pedido de abertura da Comissão foi lido em plenário.
A vereadora Edna Sampaio (PT), antes da leitura do pedido de abertura da comissão, já havia se posicionado contra a cassação de Emanuel, como ela classificou de ‘golpismo’. “Não contem comigo para este golpismo, para este terceiro turno das eleições. Não quero defender o governo Emanuel Pinheiro, não o defendo, mas não contem comigo para um terceiro turno, um tapetão”, afirmou. Em suas redes sociais, ela se posicionou sobre o que classificou como “debate raso e oportunista para jogar com a plateia, para confundir as pessoas” que tem sido feito sobre o tema por apoiadores do governador Mauro Mendes (DEM).
Fonte: PNB Online
