Motoristas se assustam com novo reajuste de preços nos postos de Cuiabá e VG

Fonte:

Os postos de combustíveis de Cuiabá e Várzea Grande amanheceram com novos reajustes nas bombas para a gasolina e o etanol hidratado. De quarta para quinta-feira, a maior parte das revendas localizadas em regiões mais centrais das duas cidades, fixaram o mesmo valor de litro: R$ 6,37 à gasolina e R$ 4,87 ao biocombustível. Até ontem, os insumos podiam ser encontrados a R$ 5,999 e a R$ 4,299, respectivamente.

Os estabelecimentos que ainda exibiam preços ‘antigos’, ficaram com filas imensas. Os gerentes e frentistas desses postos foram unânimes em afirmar que ainda pela manhã haveria reajustes sobre o valor de bomba.

A nova alta sobre o preço da gasolina é o fim de um processo de majoração, anunciado na última sexta-feira pela Petrobras, e que chega agora ao consumidor final. No dia 8, a estatal brasileira autorizou aumento de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha nas refinarias. O preço do diesel havia tido reajuste autorizado na semana anterior. Já a variação do etanol, segundo agentes do mercado, reflete um alinhamento de custos que em boa parte foi causado pela alta da gasolina e do diesel, bem como pelo impacto da variação cambial.

“Toda semana é uma surpresa desagradável para o povo”, lamentou o aposentado, Vinni Moraes. E completou: “Na hora de justificar promoções, os postos dizem que cada um tem uma planilha de custo diferenciada, uns são maiores, outros menores, outros vendem mais. Agora na hora de aumentar preço todos ficam com o mesmo valor na bomba. Como entender?”

A arquiteta Ana Solange Freitas ficou quase meia hora na fila para completar o tanque do automóvel. “Vou chegar atrasada no serviço, mas não tenho opção”, explicou.

Já Leandro Marques, que passou a ser autônomo pouco antes do início da pandemia, faz um desabafo: “Não há política para geração de empregos nesse País. Somos empurrados para informalidade para poder sobreviver, alimentar a família e pagar as contas básicas. Preciso do carro para ganhar dinheiro e cada semana que passa tem saído mais dinheiro do bolso do que entrando. Não tenho mais o que cortar em relação aos gastos. O futuro próximo e incerto tem me deixado apavorado, pois meus filhos são pequenos e totalmente dependentes de mim”.

Também na fila de um posto no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, o contabilista, Germano Dias, lembrou que a alta de hoje vai implicar em novo reajuste antes do final desta semana. “O preço do mercado foi elevado e por conseqüência, a média de preços dos combustíveis no Estado será outra. É por meio dessa média que o Estado tributa o ICMS, por meio de valor de referência, o chamado Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) que vai servir de média para tributação. Esse PMPF muda a cada 15 dias, ou seja, com um referencial maior, haverá nova alteração de preços depois do dia 15”.

Muitos motoristas questionaram sobre o anúncio do governo do Estado em reduzir a carga tributária sobre a gasolina e o diesel, conforme propagado no mês passado. A redução depende de aprovação de um projeto de Lei, pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Caso seja aprovado, entrará em vigor somente em janeiro do ano que vem.

“Até que esse ‘pacote de bondades’ chegue ao mato-grossense tem muito chão ainda”, exclamou o aposentado Vinni Moraes.

PACOTE ESTADUAL – O preço médio do litro da gasolina comercializada em Mato Grosso sofrerá uma redução de até R$ 0,16, conforme projeção da Secretaria de Fazenda (Sefaz/MT), a partir de janeiro de 2022, quando deve entrar em vigor o Projeto de Lei do Governo do Estado que irá reduzir o imposto sobre os combustíveis, a energia elétrica, a comunicação e o gás industrial.

Após aprovação do texto pela Assembleia Legislativa, Mato Grosso passará a ter a menor alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina no Brasil. Atualmente, o Estado já possui a menor alíquota do país no etanol (12,5%) e no gás de cozinha (12%).

De acordo com a proposta anunciada pela equipe econômica do Governo, no caso da gasolina, o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) usado na base de cálculo, que atualmente é de R$ 6,22 (com a alíquota de 25%), passará a ser R$ 6,06. Ou seja, uma redução de R$ 0,16 por litro. O impacto final no ICMS, cuja alíquota será reduzida para 23%, será de 10% no imposto a ser recolhido.

Fonte: Diário de Cuiabá