Ribeiro diz que enquanto for ministro Educação não haverá ‘ideologia de gênero’

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Em sua última agenda oficial em Mato Grosso, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, aproveito a entrega da Escola Cívico-Militar Cuiabana Professora Maria Dimpina Lobo Duarte, para reforçar a agenda ultraconservadora do Governo Jair Bolsonaro. Durante discurso, garantiu aos pais que enquanto estiver no MEC, pautas ideológicas estarão longe das escolas públicas.

“Vamos usar a escola para instruir. Princípios e valores são os pais que transmitem não a escola ou um professor A ou B querer dizer pra um menino de seis anos que ele nasceu menino, mas se quiser virar menina ele pode virar. Isso é pauta ideológica. Ideologia de gênero, nós respeitamos as orientações (sexuais) de todos, mas não podemos violentar a inocência das nossas crianças”, declarou o ministro, que confindiu orientação sexual com identidade de gênero.

“Não vou permitir assuntos transversos e que cabem aos pais e família encaminharem seus filho. Repito, respeito todas as orientações, nosso país é laico, mas na escola pública não, pera ai. Nós vamos deixar essas escolhas para os pais e famílias e ponto final”, completou.

Repito, respeito todas as orientações, nosso país é laico, mas na escola pública não, pera ai. Nós vamos deixar essas escolhas para os pais e famílias, e ponto final.

No Brasil, o termo ideologia de gênero ficou famoso quando o MEC buscou incluir educação sexual, combate às discriminações e promoção da diversidade de gênero e orientações sexuais no Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014.

Nas Eleições de 2018 o termo voltou à tona com as diversas menções que o então candidato Jair Bolsonaro (PSL) fazia ao “kit gay”, nome pejorativo dado ao projeto “Escola sem Homofobia”.

Setores mais conservadores protestam contra atividades que buscam falar sobre a questão de gênero e assuntos relacionados, como sexualidade, nas escolas. Quem concorda com o sentido negativo da expressão geralmente temem que, ao falar sobre tais questões, a escola vá contra os valores da família.

Ainda no evento, Ribeiro ressaltou que como ministro não tem poder de intervir nas redes estaduais e municipais, nem de fechar ou abrir escolas, já que o MEC tem uma gestão descentralizada. Mas, garantiu que apesar de não ser dele o poder de definir quais livros didáticos serão utilizados pelos alunos, o governo federal não irá permitir a chamada “ideologia de gênero”.

“Tenho o poder de impedir que nos livros didáticos que estão sob nova gestão e são feitos dois anos antes, os senhores tem certeza que seus filhos de seis a dez anos não vão abrir um livro didático e encontrar coisas lá que até terão vergonha de folhear. Isso não vai mais acontecer no Brasil, enquanto o presidente Bolsonaro estiver lá”, afirmou.

O ministro também culpou os governos petistas pelos problemas na Educação. Disse que muitos alunos chegam à universidade sem saber ler ou interpretar um texto. “Alunos buscam fazer Engenharia e não sabem fazer uma regra de três. Isso é uma vergonha para o Brasil. O mal que foi feito a essa geração, nós temos que correr para recuperar, por isso estamos começando com alfabetização. Temos mais de 300 mil professores alfabetizadores se capacitando nos nossos sites. Para que eles possam educar, é isso que a gente precisa e não ficar cheio de teorias e, no fim as crianças não aprenderem a ler”.

“Meu compromisso aos senhores pais é que seu filho, do que depender do ministro da Educação e da orientação que vamos dar, é que eles vão, em primeiro lugar aprender a ler pra depois ler para aprender”, pontuou.

Fonte: Olhar Direto