O cenário de pandemia causado pela Covid-19, ficar em casa deixou de ser alternativa e se tornou obrigação, isso chamou a atenção de autoridades médicas sobre as consequências do uso excessivo de fones de ouvido. Sendo utilizado para trabalhos em home office – estudos na modalidade remota, games ou escutar uma boa música, o manuseio prolongado desse tipo de aparelho durante a pandemia da covid ampliou a probabilidade de usuários se depararem com problemas de saúde no futuro.
Segundo o Relatório Mundial sobre Audição da Organização Mundial da Saúde (OMS) – quase 2,5 bilhões de pessoas (Um quarto da população global) em todo o mundo viverão com algum grau de perda auditiva até 2050, adverte o primeiro. Deste número, pelo menos 700 milhões dessas pessoas precisarão de acesso a cuidados auditivos e outros serviços de reabilitação, a menos que sejam tomadas medidas.
A publicação do Relatório foi lançada em de 2 março de 2021 – em função do Dia Mundial da Audição (3 de março) e defende a expansão do acesso a serviços de saúde auditiva. O documento lembra também que os governos podem ter um retorno de quase US$ 16 para cada dólar que for aplicado nesses esforços pela OMS.
O estudo enfatiza que fatores como a falta de informações precisas e atitudes estigmatizantes, tanto em relação às doenças do ouvido como à perda auditiva, acabam impedindo o acesso a cuidados.
De acordo com a fonoaudióloga Samia Ribeiro da Audax Aparelhos Auditivos, é muito importante a atenção das pessoas sobre o uso excessivo de fones de ouvido, pois poderá trazer zumbidos e mais pra frente poderá se tornar o início de uma perda auditiva. “Temos que ter este cuidado, principalmente na pandemia onde pessoas utilizaram mais o fone de ouvido com objetivo de lazer e distração. Além disso os jogos e games também usam bastante fone, logo é importante ficar atento a sinais de zumbido”, disse Samia.
Cenário brasileiro
No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2,2 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva. O país, com mais de 200 milhões de habitantes, assumiu o desafio de ter um sistema de saúde universal, público e gratuito. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência às pessoas com deficiência auditiva desde 1993. O atendimento dessas pessoas se dá em formato de redes, envolvendo os seguintes componentes: atenção primária; atenção especializada em reabilitação auditiva e atenção hospitalar e de urgência e emergência, além da capacitação de profissionais de saúde sobre o tema.