Seca leva municípios de MT a situação de emergência

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Afetados pela intensa estiagem, que começou há três meses e se estende até outubro próximo, municípios de Mato Grosso decidiram decretar situação de emergência. Dos prejuízos ao meio ambiente e à agricultura, a falta de água impacta no abastecimento de água da população de cidades, como Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra e Cáceres.

Localizado a 65 quilômetros de Cuiabá, o município turístico de Chapada dos Guimarães enfrenta uma severa crise hídrica relacionada à falta de chuva e ao baixo nível dos rios e córregos da região. A situação fez com que o prefeito Osmar Froner (MDB) decretasse a condição de emergência, que foi reconhecida pela Defesa Civil nacional, publicando medida no Diário Oficial da União (DOU).

Com o reconhecimento, a administração municipal poderá solicitar recursos para ações de combate à seca na cidade. Além disso, poderá ampliar o número de caminhões pipa que atendem as comunidades rurais mais impactadas pela estiagem. Na cidade, as despesas extraordinárias já chegam a R$ 80 mil e, a estimativa é que esses gastos podem chegar a R$ 622 mil até o fim do período de estiagem.

Por lá, são 70 comunidades rurais, sendo que pelo menos 22 correm o risco de ficarem totalmente desabastecidas. “Os córregos estão secando e o pessoal da zona rural está padecendo. Estamos dando suporte a eles por meio do abastecimento com caminhão pipa, semanalmente”, disse o diretor do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Anderson Alves Murtinho.

Em Tangará da Serra (239 km ao Noroeste Capital), a situação também é crítica. Ainda em junho passado, o prefeito Vander Masson (PSDB) publicou o decreto 264/2021, que declara a condição de emergência. Segundo a administração municipal, a severa seca atinge todo o município, sendo considerada como a maior dos últimos anos, caracterizando escassez hídrica.

No documento, estão previstas medidas preventivas contra o desperdício e perdas de água até o final deste ano ou até quando houver a regularização pluviométrica. Segundo o Executivo Municipal, a situação de emergência se faz necessária diante dos níveis dos rios e córregos da região, que estão bem abaixo dos padrões, exigindo ações que garantam qualidade e potabilidade da água coletada para consumo humano.

Além disso, o abastecimento público está atrelado à regularidade do regime de chuvas e, entre junho de 2020 e maio de 2021, choveu apenas 55% do mesmo período entre 2019 e 2020. “Desta forma, a previsão é de uma crise muito pior com vazões dos mananciais muito baixa, que neste momento já é perceptível a olho nu tal redução de vazão”, diz trecho do decreto. A medida vale até o 31 de dezembro de 2021 ou até o início regular da chuva.

Em Cáceres (225 km ao Oeste de Cuiabá), a declaração de emergência, além da estiagem, leva em consideração os incêndios florestais. Por isso, um dos documentos trata das medidas de proteção às queimadas e, o outro, sobre a crise hídrica enfrentada pelos moradores do município, que está sem chuva há cerca de 150 dias.

Conforme a prefeita Eliene Liberato (PSB), a situação é de alerta. Aos menos 17 bairros enfrentam a falta de água. Por lá, o Rio Paraguai atinge o menor nível de água desde 1965. Nos últimos dias, o volume do rio chegou a 70 centímetros (cm). Há dois anos, esse índice era de 1,52 metro de profundidade.

A reportagem do DIÁRIO tentou falar com a Defesa Civil do Estado sobre os pedidos de emergência feitos pelos municípios mato-grossense, mas não obteve êxito. Vale reforçar que com o nível dos rios abaixo do aceitável, falta de chuvas e o forte calor, as orientações são para que a população redobre os cuidados, uma vez os efeitos climáticos são inesperados e trazem consequências drásticas, mas a população também deve se preocupar com o racionamento da água.

Fonte: Diário de Cuiabá