Cuiabá soma 72 dias sem chuva e temperatura chega a 40,2°C

Fonte:

Cuiabá já soma 72 dias sem chuva e ainda não há previsão para os próximos dias. O último registro foi no dia 11 de junho, com 9,2 milímetros de água. A temperatura mais alta registrada nesta segunda-feira (23) é de 40,2°C, conforme dados do 9° Distrito de Meteorologia de Mato Grosso (Inmet).

Na última terça-feira (17), a capital teve recorde de calor, atingindo 40,4°C. Foi a temperatura mais alta já registrada neste ano. O recorde anterior era do dia 9 de janeiro, quando os termômetros marcaram 39°C.

Em média na capital, durante a estiagem, os dias estão mais quentes registrando entre 38°C e 40°C no período da tarde.

Qualidade do ar

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) faz o monitoramento da qualidade do ar em Mato Grosso. Nas últimas semanas, os números mostram que alguns municípios do estado estão com a qualidade do ar entre boa e inadequada, com uma oscilação muito grande.

São 15 municípios monitorados e cinco estão com a qualidade do ar inadequada, como Colíder, Diamantino, Rondonópolis, Sinop e Sorriso.

A fumaça que vem das queimadas faz parte de um grupo que os pesquisadores chamam de material particulado, com pequenos pedaços de sujeira que não dá para ver a olho nu.

A Central de Monitoramento da Qualidade Ambiental aponta a concentração dessas partículas e elas são medidas em microgramas por metro cúbico. Se esse valor fica abaixo de 25, o ar é considerado bom, se ficar acima, é inadequado para a saúde.

A oscilação nas categorias é ligada ao movimento do ar. De acordo com o coordenador de monitoramento da qualidade do ar, Sérgio Figueiredo, a fumaça está sendo dispersada pelo vento. “Quando tem um foco de calor, tem a emissão do poluente e tem oscilado, então a gente identificou que em grande parte, a atmosfera tem conseguido dispersar, mas em alguns locais a qualidade tem ficado inadequada”, contou.

O coordenador ainda explica que em alguns locais, o ar não consegue ser dispersado como as queimadas urbanas, que precisam ser evitadas. Isso pode prejudicar a saúde da população que vive na região.

“Tem a emissão em um local, que é chamada de microclima. Então a emissão de fumaça no ar e naquele local, a atmosfera não propicia a dispersão dos poluentes expondo a população da região e agravando os problemas de saúde da população”, contou.

Segundo o médico cardiologista Luiz Scala, o ar contaminado pode trazer sérios riscos à saúde do coração. “O material que está em suspensão no ar pode provocar o desencadeamento de uma sucessão de problemas que aumentam a viscosidade do sangue, causa indiretamente no sistema nervoso central baixa taxa de oxigênio e isso pode provocar arritmias e também, posteriormente, hipertensão”, explicou.

O cardiologista ainda dá dicas de como evitar esses problemas. “Evitar se exercitar em horários com maior intensidade do sol, entre 10h e 16h. Praticar atividades físicas em locais verdes e arejados é muito bom para a saúde, procurar se hidratar bem antes e durante a atividade física e consumir vegetais e legumes”, explica.

Incêndios

Com a falta de chuvas, o risco de incêndio é maior durante esse período. Foram registrados vários incêndios em Mato Grosso, especialmente na região do Pantanal.

Já são mais de 261 mil hectares que pegaram fogo, conforme monitoramento feito pelo instituto SOS Pantanal. A marca está próxima do registrado neste mesmo período, em 2020, quando foram devastados 265 mil hectares.

Em Cáceres, um incêndio que começou há sete dias ainda não foi controlado. A falta de água e os incêndios subterrâneos dificultam o combate. Uma aeronave da Defesa Civil chegou na manhã desta segunda-feira (23) para ajudar os brigadistas e bombeiros na operação.

Fonte: Folhamax