Mais de 60% dos funcionários do Correios se contaminaram com a covid-19 ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em Mato Grosso. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT) Edmar Leite, ao menos 3 funcionários já morreram em decorrência da doença, sem contar os familiares que faleceram após infecção.
Até agosto, 600 trabalhadores, entre carteiros, atendentes de balcão e outros se infectaram. Em junho, o número de infectados era de 290 – ou seja, em dois meses, esse valor subiu para 106%. Ao todo, mais de 1000 pessoas trabalham nas agências de Correios pelo estado.
Conforme Leite, os carteiros e demais trabalhadores não pararam durante a pandemia, por ser serviço essencial. Por isso, houve crescimento de infecção entre eles.
O problema tornou-se uma questão de saúde pública, afirma o Sintect-MT, uma vez que os Correios passam a ser vetor de proliferação da doença, pois um só carteiro visita diariamente centenas de residências.
Existem mais de 600 carteiros no estado. Além disso, as 150 agências dos Correios em Mato Grosso recebem a visita de milhares de clientes por dia.
Uma preocupação, inclusive, é com a contaminação de familiares dos funcionários. “Muitos casos tentam abafar no Correio. Inclusive nesse momento, a esposa de um companheiro nosso, um trabalhador valoroso, está na UTI com covid-19, intubada”, lamenta.
A última morte registrada foi no dia 2 de junho, um atendente na Agência Central dos Correios de Cuiabá, situada na Praça da República – vítima da covid-19.
A vacinação entre os trabalhadores ecetistas também não avançou, segundo aponta Leite. “Foi divulgado pelo governo federal que havíamos sido inclusos em grupos prioritários, mas na prática, isso não aconteceu. O pessoal está sendo vacinado mesmo a partir do avanço da faixa etária das cidades”, conta.
Fora a contaminação, Leite lamenta a privatização do Correios. Não basta terem sofrido com a covid-19 agora eles perderão o emprego, avalia. “Mesmo com os trabalhadores sofrendo com a covid desde o início da pandemia, não paramos o serviço, e agora, temos o reconhecimento entre aspas que o governo tem para conosco, que é privatizar e nos deixar desempregados”, critica.
Fonte: Gazeta Digital