Empresário se entrega à polícia após ficar mais de 2 meses foragido

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O proprietário da Verde Transportes, Eder Pinheiro, se entregou à polícia no começo da manhã deste domingo (25). Ele estava foragido desde 14 de maio quando policiais do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagraram a terceira fase da Operação Rota Final.

O empresário passará por uma audiência de custódia. A informação foi confirmada ao HNT pelo advogado de Eder, Ricardo Monteiro. A defesa acredita que o empresário não deverá ter a prisão revogada, indo direto para o Centro de Custódia da Capital (CCC).

Eder é acusado de liderar uma organização criminosa montada entre empresários e políticos para embaraçar a licitação do transporte intermunicipal em Mato Grosso. Em 2018, na primeira fase da ação policial, ele já havia sido preso.

Além de Eder, foram alvos da ação civil pública o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), o ex-deputado Pedro Satélite, a assessora parlamentar Cristina Cordeiro Leite Geraldino e Júlio César Sales, representante do Sindicato dos Empresários do Setor de Transporte Intermunicipal de Passageiros (Setromat).

Ação criminal

Na terça-feira (20), o MPMT propôs mais uma ação contra o grupo, dessa vez uma processo criminal, e incluiu mais seis pessoas, dentre elas o ex- governador Silval Barbosa. “Diante da apresentação dessa denúncia do MPMT saberemos do que estamos sendo acusados. Agora temos as cartas na mesa”, pontuou o advogado Ricardo Monteiro.

O esquema 

O esquema criminoso foi revelado no curso de um inquérito policial (IP) que reuniu 54 volumes de elementos de prova e que foi presidido pelos Delegados de Polícia do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Marcelo Torhacs e Márcio Veras.

Segundo a peça acusatória protocolada no Tribunal de Justiça (TJMT), o grupo tinha como principal objetivo impedir a implantação do novo Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado de Mato Grosso – STCRIP/MT e, para tanto, os denunciados lançaram mão dos mais variados meios criminosos para inviabilizar a concorrência deflagrada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra).

Sem a realização do certame licitatório, as empresas ligadas aos envolvidos prosseguiriam a explorar, em caráter precário, inúmeras linhas de transporte intermunicipal, mantendo, dessa forma, o domínio econômico do setor, conforma vinha ocorrendo há várias décadas e garantindo lucros exorbitantes em detrimento da adequada prestação do serviço.

Na denúncia, contendo 286 laudas, são narrados crimes de Organização Criminosa, Corrupção Ativa e Passiva, Lavagem de Dinheiro, Impedimento e Perturbação à Licitação, Afastamento de Licitantes, e Crime Contra a Economia Popular.

O Ministério Público ainda requereu que, ao final do processo, fosse fixado um valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração no montante de R$ 86.655.865,40 e ainda a perda do cargo, função pública e mandato eletivo eventualmente ocupado pelos denunciados.

Fonte: Hipernotícias