O ex-vereador Abílio Júnior (Podemos) afirmou ser improvável as legendas de direita em Mato Grosso conseguirem se unir com vistas às eleições de 2022 em razão de posicionamentos divergentes.
Apesar de uma reunião inicial satisfatória, Abílio afirmou que projetos individuais distintos e opiniões conflitantes quanto ao Governo do Estado são obstáculos difíceis de serem vencidos.
O ex-vereador afirmou que defendeu a importância de trabalharem um projeto macro único, mas no final, cada legenda deverá ter chapa pura no próximo pleito.
“Acho improvável [a união]. A intenção da união era montar um projeto macro, para Governo e Presidência da República”, disse.
“Para presidente da República, pelo que estou vendo, todos estarão unidos com o mesmo projeto de ajudar [Jair] Bolsonaro. Mas para Governo do Estado já percebi que houve uma certa divisão. Alguns têm interesse em estar com o Mauro [Mendes], outros com Emanuel [Pinheiro]”, explicou.
No caso do Podemos, que tem como presidente estadual o deputado federal José Medeiros – que deve sair ao Senado –, a expectativa é de lançamento de uma candidatura própria ao Palácio Paiaguás.
“O Podemos deverá ter uma candidatura ao Governo do Estado. O Medeiros não concorda com a política de Mauro, nem com a política de Emanuel, e por isso o partido deve lançar uma terceira via”, afirmou.
Gestão de Mendes
Para Abílio, Mendes tem ações com resultados positivos no Estado, mas enfrentará dificuldades para ter as legendas de direita em seu palanque, caso saia à reeleição no ano que vem, em razão de “posicionamentos conflitantes” com o presidente Jair Bolsonaro.
“O Mauro tem feito coisas boas, por exemplo, para salvar a saúde, principalmente nesse período de pandemia. Se não fosse o Governo salvando a Santa Casa aquela vez, como estaríamos agora?”, questionou.
“Se não fosse a Secretaria de Saúde do Estado dando aquela salvação para o [Hospital] Metropolitano, em Várzea Grande, como nós estaríamos agora? Se não fosse o Centro de Triagem da Arena Pantanal, como estaríamos?”, continuou.
No entanto, ele ressaltou que, em caso de polarização entre os lados de Mendes e Emanuel nas eleições do próximo ano, não há dúvidas que o Podemos não apoiará o atual prefeito da Capital – para quem Abílio acabou perdendo a eleição em 2020, em uma disputa acirrada.
“Existem alguns conflitos aí que podem separar o projeto. Tem coisas boas do Mauro e tem coisas ruins também. Mas, se ficar polarizado Mauro e Emanuel, com certeza, para o lado do Emanuel a gente não vai”, afirmou.
Candidaturas
Por enquanto, é dado como certo no Podemos a candidatura de Medeiros ao Senado, já contando com apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro. Abílio, por sua vez, deve se lançar na disputa por uma das oito cadeiras na Câmara Federal.
“O partido deseja que eu saia para federal, já fez um projeto para isso, me chamou em Brasília e eu fui. Então, o projeto está montado para deputado federal. Mas a minha família quer que eu saia para estadual, para ficar mais perto”, disse.
“Ainda tem muito chão para isso. Eu sou do Legislativo, então qualquer um dos dois casos seria bom para mim. Mas hoje há mais ou menos 80% de chances de sair para federal”, completou.
Fonte: Midianews