Antônio Possas de Carvalho e o coordenador de TI prestaram depoimento à comissão na tarde de quarta 26/05/2021
O vereador Dilemário Alencar (Podemos) afirmou que o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Antônio Possas de Carvalho, mentiu em seu depoimento na CPI dos Medicamentos Vencidos, na Câmara de Cuiabá.
Após a oitiva, o membro da CPI, vereador Tenente-Coronel Marcos Paccola (Cidadania), admitiu que a comissão pode fazer uma acareação.
Possas prestou esclarecimentos à comissão na tarde desta quarta-feira (26). Na ocasião também foi ouvido o coordenador de Tecnologia da Informação da Secretaria Municipal de Saúde, Gilmar de Souza Cardoso.
Dilemário apontou que o depoimento de Possas “desmoraliza” a comissão. Mentir é conduta vedada e pode levar a prisão de uma testemunha em uma CPI.
“O depoimento do ex-secretário de Saúde foi uma desmoralização para a CPI. Ele fez pouco caso e mentiu na cara dura, diante da comissão. Como pode ele falar que, com a terceirização da gestão do CDMIC [Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá], foi resolvido o problema de medicamentos vencidos?”, questionou.
“Faltou com a verdade, pois os milhares de medicamentos vencidos foram encontrados na gestão dessa empresa terceirizada contratada por ele por R$ 19,2 milhões ao ano para gerenciamento e controle de medicamentos existentes no CDMIC”, emendou.
A declaração ocorre porque Possas afirmou que, no início de 2019, ficou sabendo do estoque de medicamentos no CDMIC e posteriormente contratou a Norge Pharma para gerenciá-lo. Com a contratação, Possas garantiu que houve economia para os cofres da Prefeitura.
Apesar de não ter cadeira na CPI, Dilemário afirmou que vai pedir aos membros da comissão uma nova oitiva com o ex-secretário.
“Vou propor a reconvocação desse secretário. Ele mentiu em seu depoimento e não disse nada com nada. Zombou da CPI e de milhares de cuiabanos que ficaram sem medicamentos”, apontou.
A CPI investiga a aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos e insumos com prazo de validade vencido estocados no CDMIC, cuja gestão é feita pela empresa Norge Pharma Ltda.
CPI não descarta acareação
O vereador Tenente-coronel Paccola, integrante da CPI
O vereador Tenente-Coronel Paccola admitiu a possibilidade de a comissão realizar uma acareação entre testemunhas. Isso porque, segundo ele, os dois depoentes deram informações conflitantes.
Um dos conflitos apontados tem relação com sistema utilizado para logística e aquisição de medicamentos por parte da Prefeitura. Cardoso apontou que este foi fornecido pela Norge Pharma. Possas, por sua vez, disse que havia um sistema próprio da Prefeitura.
Questionado sobre a possibilidade de uma nova convocação, Paccola afirmou que “nada está descartado”.
“Absolutamente nada. Se nós entendermos a necessidade inclusive de uma acareação, [faremos]. Porque alguns pontos colocados por Possas contradizem pontos colocados pelo coordenador de TI”, disse o membro da CPI.
Novas oitivas
A próxima oitiva está agendada para ocorrer na tarde desta sexta-feira (28) com o empresário Dirceu Luiz Pedroso Júnior, dono da Norge Pharma, e o ex-secretário de Governo de Cuiabá, Lincoln Sardinha.
“Sexta-feira já teremos novas oitivas, porque a gente só vai chegar a uma conclusão ao final do transcorrer desta CPI. E eu espero ver o resultado que a população”, disse o presidente da comissão, vereador Lilo Pinheiro (PDT).
Ainda compõe a comissão o vereador Marcus Brito (PV), que é relator do caso.
Fonte: MidiaNews