Profissionais da enfermagem de Cuiabá realizaram protesto em frente a Assembleia Legislativa (ALMT), na manhã desta quarta-feira (12). Eles cobram aprovação do Projeto de Lei 2564, que estabelece o piso salarial para a categoria. A cobrança é uma pauta nacional e os trabalhadores solicitam apoio dos parlamentares de Mato Grosso para que seja estabelecido salário mínimo para esses trabalhadores da saúde.
O projeto tramita no Senado e altera a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, para instituir o piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira. O texto determina que enfermeiros recebam R$ 7.315 por jornada de 30 horas semanais, com acréscimo para horas extras. O valor para técnico de enfermagem é condicionado a 70% disso (R$5.120) e o pagamento do auxiliar deve ser metade do recebido pelo enfermeiro, o que dá R$3.657,50. Pelo projeto, esse deve ser o mínimo pago aos profissionais.
Lígia Cristiane Arfeli, conselheira do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), informou que o praticado hoje em Mato Grosso é de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil para enfermeiros. Técnicos ganham R$ 1,5 mil que com alguns benefício pode chegar a R$ 2 mil. Ela não mencionou o salário do auxiliar de enfermagem.
“Um piso salarial para um profissional que tem uma graduação de 5 anos, mais especialização, conhecimento técnico cientifico para fazer os devidos cuidados do paciente, que pode determinar a vida ou a morte daquela pessoa não pode ser resumido a R$ 3 mil”, argumentou a conselheira.
Atualmente, Mato Grosso tem 32 mil servidores na enfermagem, sendo que 70% está concentrado na Baixada Cuiabana. Essa população engloba enfermeiros, técnicos e auxiliares.
De acordo com a conselheira, grande parte dos profissionais tem dupla jornada para complementar a renda. “Se expondo duas vezes ao risco de contaminação. Nós já perdemos 53 profissionais para a covid no estado”, informou.
A enfermeira relatou que a pauta de melhorias para a categoria tramita em âmbito nacional há mais de 20 anos, sem ser votado. “Não têm interesse”.
Eles também reivindicam aposentadoria com 25 anos de trabalho e contratação de mais profissionais nos hospitais, pois a categoria está sobrecarregada.
Durante toda a semana, o Coren promove debate sobre o PL na página em rede social. A transmissão ocorre entre as 18h e 20h.
Segundo ela, os senadores Jayme Campos (DEM), Carlos Fávaro (PSD) e Wellington Fagundes (PL) já declararam apoio à causa.
Fonte: Gazeta Digital