Presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), a desembargadora Maria Helena Póvoas, alertou que o número de mortes por Covid-19 pode triplicar no Estado e cobrou consciência de parte da população que ainda insiste em descumprir as medidas restritivas de combate a covid-19. Na noite desta segunda-feira (29), a magistrada determinou o lockdown em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e outras 47 municípios por um período de 10 dias.
“Estamos pedindo a compreensão da população e dos comerciantes de que nós precisamos disso ou na semana que vem vai triplicar os números de mortes”, apelou em entrevista ao programa Resumo do Dia (TV Brasil Oeste), ao acrescentar que “precisamos que os comerciantes entendam: Morto não faz compra e nem janta em restaurante”.
A magistrada seguiu dizendo que o Poder Judiciário não poderia ficar inerte diante da situação caótica visualizada nos hospitais públicos, que já entraram em colapso devido a falta de leitos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para atender pacientes infectados com o novo coronavírus. “Não é mais possível conviver com uma situação dessa em Mato Grosso, onde nós não temos mais insumos, anestésicos, leitos e condições de hospitalizar nosso povo. As pessoas estão morrendo nas portas de hospitais e nós não podemos mais admitir que a situação continue do jeito que está”, complementou.
A desembargadora também destacou que acatou os argumentos do Ministério Público de que o decreto editado pelo Governo do Estado na última quinta-feira é “impositivo” e não “orientativo”. Com isso, todas cidades que têm nível de classificação “muito alto” – Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e mais 47 – são obrigadas a adotar as normas mais rígidas de isolamento como forma de controlar a Covid-19.
Além disso, o comércio não essencial deve ser fechado pelo período de 10 dias. Segundo ela, as pessoas que descumprirem as determinações poderão ser presas e responsabilizadas no rigor da lei. “O comércio não vai poder ficar aberto. A população vai ter que obedecer ao que diz respeito a circulação de pessoas. Se não obedecer, a polícia e a prefeitura terão que cumprir a decisão judicial e fazer a condução dessas pessoas para que retornar as suas casas ou em casos extremos conduzi-los a delegacia”, alertou.
No fim, a magistrada ainda criticou a postura da população mais jovem que tem sido “destaque” nos registros no número de óbitos no Estado. Segundo ela, o público se tornou protagonista por provocar aglomerações em festas privadas de condomínios e serão fiscalizados com mais rigor. “Quem quiser comprar bebida, que compre e leve para casa. Agora, essa questão de beber em posto de gasolina, fazer chacrinha em alguns lugares como alguns jovens fazem, tem que acabar. Os condomínios onde moram pessoas de alto poder aquisitivo que tem feito festas serão fiscalizados com mais rigor daqui para frente”, finalizou.
Fonte: Folhamax