Trinta e quatro municípios mato-grossenses apresentam riscos altos de contágio da dengue, zika e chikungunya. A transmissão da dengue, da febre chikungunya e do vírus zika ocorre pela picada de mosquito Aedes aegypti.
Ele tem, em média, menos de um centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. Nova Canaã do Norte (700 km a Extremo-Norte de Cuiabá), com 367 casos, aparece no topo da lista.
Nessa cidade, com uma população de 12.239 moradores, a incidência é de 2.880,92 para cada grupo de 300 ou mais moradores.
Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte da Capital) aparece em segundo lugar, com 462 casos e incidência de 2.358,59 (cálculo com base em população de 19.588 habitantes).
Na terceira posição está Nova Ubiratã (502 km a Norte de Cuiabá), com 245 notificações para uma população de 11.694 pessoas (incidências de 2.095,09).
Nos dois primeiros meses deste ano, janeiro e fevereiro, 7.207 casos foram notificados, com sete óbitos, dos quais quatro confirmados e os demais estão sob investigação para dengue, zika e chikungunya.
Os dados estão em um informe epidemiológico divulgado na última sexta-feira (26) pela Secretaria Estadual de Saúde.
Em 2020, nesse mesmo período, havia 24 mil notificações com 49 mortes, sete delas com diagnósticos confirmados como casos graves de dengue.
A gerente de Doenças Transmissíveis da SES, Alba Valéria Gomes de Melo, reconhece que a redução é significativa, de mais de 200%, porém alerta para as subnotificações.
Segundo ela, há diversas hipóteses para essa queda.
A gerente observa que essas doenças são sazonais, ou seja, há anos que aparecem com maior incidência e, no ano seguinte, se reduzem significativamente.
Entretanto, alerta, a pandemia da Covid-19 pode estar fazendo com que as pessoas não busquem atendimento médico, mesmo apresentando sintomas, e que profissionais de Saúde façam as notificações com a mesma regularidade, por causa da sobrecarga de trabalho.
Alba Melo cita ainda a troca de prefeitos dos municípios e, consequentemente, das equipes nas secretarias municipais de Saúde como fator de atraso nos registros dos casos.
Mas, diz a gerente de Doenças Transmissíveis da SES, também há hipóteses mais positivas.
Ela lembra que a necessidade de isolamento social por causa da Covid-19 pode ter contribuindo para essa queda.
“Passando mais tempo em suas casas, as pessoas devem estar dando mais atenção aos cuidados com o ambiente doméstico”, observa.
O mais importante de tudo, orienta, é que a população esteja atenta, não se descuide das medidas de prevenção da dengue também.
Nos municípios com maior incidência, Alba Meloa explica que as equipes SES têm treinado profissionais para atuar junto à população por meios virtuais, já que a prevenção presencial está suspensa por causa da Covid-19.
Fonte: Diário de Cuiabá