Hoje no Cuiabá, Jonathan Cafú diz que não teve oportunidades no Corinthians: ‘Não joguei Champions e Europa League à toa’

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Contratado por empréstimo até o fim do ano, Jonathan Cafú chegou ao Cuiabá em busca de retomar a sequência de jogos. Após ficar alguns meses no Corinthians, pelo qual entrou em campo apenas três vezes, o atacante busca um novo desafio para a carreira.

“Vi que o planejamento do Cuiabá para o Campeonato Brasileiro era muito bom, e que meu perfil cabia dentro disso. Gostei da proposta e aceitei. Tomara que dê certo e que eu possa fazer um bom ano aqui. Ainda sou funcionário do Corinthians, mas o futuro ninguém sabe. Hoje penso no Cuiabá, é o meu time. Não penso em nada além disso”, disse ao ESPN.com.br.

“É uma oportunidade para todos verem que não sou eu que estava errado. Mas isso eu vou querer mostrar dentro de campo, não adianta eu falar. É um desafio para mim mesmo para poder jogar aqui como joguei lá fora. Junto com o elenco vamos montar um time forte para brigar no Brasileiro”, afirmou.

O atacante revelado no Desportivo Brasil se destacou no XV de Piracicaba e passou pela Ponte Preta até chegar ao São Paulo, em 2015.

“Eu estava jogando pelo XV de Piracicaba muito bem e o Ludogorets estava de olho em mim, mas eu precisava criar casca. No São Paulo não tive muitas oportunidades porque era um plantel muito bom. E o Ludogorets, que me acompanhava, mandou uma proposta muito boa”, afirmou.

Na Europa, ele venceu três vezes a Liga Búlgara e jogou a fase de grupo da Champions League. O atacante foi o grande destaque da equipe nas fases de playoffs.

“Vivi a trajetória mais linda no futebol. Jogar a Champions foi um sonho que realizei. O clube estava preparado e ficamos em terceiro, atrás do PSG e do Arsenal. Fiz gols na competição, que é melhor competição do mundo e mais forte do que a Copa do Mundo”, explicou.

Cafú fez gols no Basel e no Arsenal, além de ter dado uma assistência na partida contra o PSG.

“A gente fez um campeonato digno e até eles se surpreenderam com as nossa atuações Eu fui o destaque daquele ano junto com outros jogadores. Tive outras ofertas da Inglaterra, mas gostei da proposta do Bordeaux. Naquela época o Neymar tinha trocado o Barcelona pelo PSG, e achei que seria uma vitrine porque os holofotes do mundo estariam na França”, disse.

Em 2017, ele jogou uma temporada pelo time francês antes de ser emprestado ao estrela Vermelha-SER, pelo qual foi campeão da Liga da Sérvia e jogou novamente a fase de grupos da Champions.

“É um pais muito bom, e eu moraria lá facilmente. Eu precisava me virar com o pouco de inglês que eu falava porque o idioma lá era complicado. É um pouco difícil, mas a gente se adapta”, explicou.

Ao voltar para o Bordeaux, ele foi informado pelo técnico Paulo Sousa (ex-jogador campeão da Champions por Juventus e Dortmund) de que não estava nos planos para a temporada.

“Eu tinha contrato e fui treinar separado junto com ao auxiliar dele, mas depois de um tempo ele me chamou: ‘Vou dar uma oportunidade para você porque a minha comissão gostou do seu trabalho’. Fui reintegrado e agarrei a chance. Fiz algumas partidas muito boas e tive uma oferta do Al-Hazm, da Arábia Saudita, por empréstimo”, contou.

De afastado, Cafú viu sua situação mudar com o treinador português.

“Ele não queria me liberar, mas a proposta era boa para mim. Aprendi a nunca desistir de uma situação ruim porque as coisas podem mudar. É preciso ter perseverança e dar a volta por cima”, contou

Na Arábia, porém, o brasileiro viveu uma situação complicada no ano passado por causa da pandemia.

“Teve um lockdown e ficamos dois meses parados. Não sabíamos se voltávamos ao Brasil porque estávamos no interior da Arábia Saudita, sem saber falar o idioma e com os costumes muito diferentes. Isso me prejudicou um pouco. Tive momentos bons, ganhamos algumas partidas. Gostei da experiência e da cultura deles”

Após a queda do clube para a segunda divisão, Cafú rescindiu o contrato e acertou a volta ao Brasil.

“Eu fiquei até surpreso quando meu empresário colocou a possibilidade dos clubes do Brasil. Gosto muito do Corinthians e a minha família pesou bastante porque temos muitos corintianos. É um dos maiores clubes do país. Todo jogador sonha em passar por Corinthians e Flamengo. Vi essa chance e não quis deixá-la escapar. Não pensei duas vezes”, recordou-se.

“O Corinthians me recebeu muito bem. Agradeço muito ao Andrés, que me contratou, e ao Duílio, que conversou comigo. O Gil, Cássio, Fagner e Fábio Santos me mostraram como era bom quando você vai lá no céu, mas quando é ruim te leva lá embaixo”, explicou.

No Parque São Jorge, porém, o atacante pouco jogou com o técnico Vagner Mancini.

“Eu não tive a oportunidade que gostaria de jogar e mostrar meu futebol. Não joguei Champions League e a Liga Europa à toa. Não joguei porque sou bonito ou porque sou feio. Joguei porque tinha qualidade para estar entre os melhores do mundo, senão você não joga. Só queria minha oportunidade. Vi algumas coisas lá dentro que não achava certas, mas não me posicionei quando deveria. Sou muito grato ao Corinthians e a todos os jogadores”.

Fonte: ESPN.com.br