Os mato-grossenses devem começar a sentir nos próximos dias um impacto significativo nas contas do mês, após o aumento apresentado pela Petrobras nos preços dos combustíveis. A medida foi anunciada nesta quinta-feira 18/02/2021 e conta com uma subida de 10,2% (R$ 2,48) na gasolina e 15,2% (R$ 2,58) no diesel. Os novos preços começaram a valer a partir da meia noite desta sexta-feira 19/02/2021 e deve incidir também no valor de outros produtos.
Diante do aumento, o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (SindiPetróleo-MT), Nelson Soares Junior, alerta que os consumidores devem se deparar com o aumento de outros produtos. “Esse aumento vai ser revertido no preço de todos aqueles produtos que tem o óleo diesel na cadeia de transporte, então teremos esse problema que é o aumento dos preços de outros produtos”, conta.
Para Nelson existe também uma preocupação com a diminuição no faturamento dos postos de combustível, já que com a alta dos preços existe também a baixa nas vendas. “Toda vez que o preço sobe temos uma diminuição na venda, porque o poder aquisitivo da população continua o mesmo. Se o preço aumenta, o consumidor gasta menos. Então a tendência é que os postos tenham um faturamento menor”, afirma o diretor.
A justificativa da companhia é de que a alta nos preços está diretamente ligada ao mercado internacional e a oscilação no preço do dólar. Em comunicado, a Petrobrás afirmou ainda que “têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”.
Dialogando com as motivações apresentadas pela companhia, o integrante do SindiPetróleo-MT comenta que os preços de fato estão ligados à movimentação do mercado internacional. “Tudo isso envolve commodities e com isso os preços são mundiais, não é o produtor que determina, porque todos os insumos estão baseados nesse preço”, afirma.
Segundo Nelson, o problema não está no aumento do preço, e sim na forma com que o Governo Federal vem lidando e desenvolvendo sua política econômica, principalmente com as tentativas de regulação dos preços. “Existe uma cadeia econômica que é necessária ser administrada da melhor maneira possível. O governo não está fazendo o que deveria fazer, está todo mundo com medo do rombo fiscal que está sendo criado, e qual é a medida que está sendo tomada para resolver essa questão? Até agora só blá blá blá”, finaliza o diretor.
Fonte: Olhar Direto