Mesmo sem festa, Cuiabá prevê aumento da Covid-19 após o Carnaval

Fonte:

Cuiabá se vê diante de uma nova aceleração da taxa de contágio do novo coronavírus, que causa a Covid-19. Boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde aponta para possível elevação do índice de reprodução (Rt) do vírus para valores superiores a 1,00 e interrompendo a desaceleração da disseminação que se observou após a primeira semana epidemiológica deste ano.

De acordo com o informe divulgado pela SMS, os índices de reprodução do coronavírus foram de 1,33 na semana epidemiológica (SE) 47, que corresponde a 15 a 21 de novembro do ano passado; de 1,04 no período de 13 a 19 de dezembro (SE 51), e de 1,06 na semana 01, ou seja, de 03 a 09 de janeiro.

Já na semana epidemiológica 03 (de 17 a 23 de janeiro), estimou-se o índice de reprodução do vírus em 0,52, valor muito inferior ao estimado na semana 2 (0,82).

Conforme a SMS, todos esses períodos têm em comum a coincidência com épocas de comércio aquecido por conta da “Black Friday”, do Natal e também com as festas de Ano Novo, quando as pessoas saíram mais de casa para ir às compras e para participar de comemorações.

E, para os pesquisadores, o índice acima de 1,00 é preocupante e pode voltar a ocorrer em Cuiabá.

Assim, a secretária municipal de Saúde, Ozenira Félix, informa que projeções dos técnicos da SMS já apontam para o risco de aumento de casos de Covid-19 após o Carnaval, mesmo com o decreto municipal do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, proibindo a realização de eventos carnavalescos nos dias 15 e 16 de fevereiro e transformando em úteis os dias 15, 16 e 17.

“Não vai haver Carnaval. Só que há possibilidade de os grupos fazerem festa, se reunir e fazer Carnaval. Se isso acontecer, nós vamos para uma nova onda”, disse por meio da assessoria de imprensa.

“As pessoas têm que entender que toda vez que tem aglomeração, toda vez que nós não tomamos cuidado, vai haver o aumento do número de casos! Hoje, a rede pública não está lotada, mas está quase lotada, que é o reflexo das aglomerações do Natal e do Ano Novo”, completou.

Diante do risco iminente, a Vigilância Epidemiológica e os pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) recomendam que os munícipes evitem aglomerações para que novo aumento de casos não ocorra.

“Neste sentido, é fundamental que sejam mantidos o uso de máscara em locais públicos, cuidados de higiene e isolamento social, evitando aglomerações, como eventos festivos, reuniões em bares e outros, para que novo aumento de casos não ocorra”, diz trecho do informe.

Vale reforçar que o Rt determina a velocidade de propagação de um vírus dentro de determinadas condições, expressando a aceleração ou não do contágio. Se ele é superior a 1, em média cada indivíduo infectado transmite a doença para mais de uma pessoa. Se é menor, cada vez menos indivíduos se infectam e o número de novos casos retrocede. Isso significa dizer que acima de 1, a taxa de transmissão do vírus deixa o sistema de saúde em estado de alerta.

O relatório é elaborado pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva, do Departamento de Geografia e do Departamento de Matemática da UFMT.

DADOS – Até a tarde do último domingo, Cuiabá contabilizava 46.830 casos da Covid-19 e 1.328 óbitos em decorrência da doença. Em Mato Grosso, eram 217.020 infectados e 5.129 mortes.

Deste total, 7.884 estavam em isolamento domiciliar e 202.996 recuperados. Também havia 292 internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 288 em enfermarias, ambos serviços públicos.

A taxa de ocupação estava em 73,66% para UTIs e em 34% para enfermarias, ambos adultos.

Além da Capital, outros nove municípios com maior número de casos são Rondonópolis (14.892), Várzea Grande (14.206), Sinop (11.489), Tangará da Serra (9.346), Sorriso (9.280), Lucas do Rio Verde (8.576), Primavera do Leste (6.581), Cáceres (5.091) e Nova Mutum (4.514).

Fonte: Diário de Cuiabá