Há mais de sete meses, estudantes da rede estadual de ensino estão sem frequentar as salas de aula, em Mato Grosso. Em agosto, eles retomaram às aulas de forma remota (online) e seguem em casa, permanecendo assim até 18 de dezembro, quando encerra o ano letivo deste ano.
Em 2021, o ano letivo está marcado para começar dia 1º de fevereiro, com o chamado “ensino híbrido”, uma mistura das atividades de aprendizagem de forma presencial e online. Essa modalidade já era discutida há algum tempo, especialmente, na rede particular.
Contudo, por representar uma mudança radical na forma de educar, levaria anos para ser implementada em todo país.
Mas, esse processo foi acelerado pela pandemia do novo coronavirus, que causa a Covid-19, se tornando uma realidade e uma alternativa para a retomada das aulas.
De acordo com o secretário estadual de Educação, Alan Porto, as atividades presenciais só não devem ocorrer, desde o início de fevereiro, somente se as autoridades públicas de Saúde e de vigilância sanitária ainda apontarem par a falta de condições sanitárias.
“Salvo se ainda não tivermos segurança para os nossos profissionais de educação e para os nossos alunos. Mas, estamos trabalhando com um calendário para o ano que vem, inicialmente, com sistema híbrido: presencial e não presencial”, disse.
Para isso, a garantia é de que já há todo um protocolo elaborado pelo órgão estadual para estruturação das unidades escolares, bem como a confecção de cartilhas com explicações sobre o processo de higienização, a marcação dentro da sala de aula, uso do banheiro e do refeitório, entre outras medidas, a serem adotadas a partir do momento da reabertura das escolas.
“Tem todo um protocolo e uma acolhida para entender como o aluno é na casa dele, quem são os pais ou os responsáveis, se têm pessoas do grupo de risco, se o aluno que chega na escola tem a máscara ou se ele tem algum tipo de sintomas da doença. Então, tem toda uma comissão formada dentro da escola, sendo que se tiver algum tipo de problema já toma as providências”, afirmou Porto.
Também está em andamento um processo de diálogo com os profissionais da rede no sentido de repassar orientação de como será a execução do protocolo de saúde e a previsão de liberação de recursos para compra e aquisição de materiais necessários.
“A preocupação do governo do Estado é de que as aulas comecem com segurança e estamos tomando todas as providências”, disse o secretário.
Na semana passada, Alan Porto também informou que nenhum aluno da rede estadual de ensino irá reprovar neste ano.
Portanto, 2021 será focado na recuperação da aprendizagem.
Porto assumiu a pasta da Educação, na última terça-feira (3), em substituição a ex-secretária Marioneide Kliemaschewsk, com a missão de gerenciar o sistema estadual com quase 40 mil servidores, 759 escolas, mais de 380 mil alunos e orçamento de mais de R$ 3 bilhões.
Na oportunidade, foram anunciados investimentos de R$ 449 milhões somente na área pedagógica, o que, conforme o secretário, significa uma valorização tanto do professor como do aluno.
Outra garantia é o fortalecimento das formações continuadas para os professores e avaliação permanente dos estudantes. A ideia é implantar o “Sistema Estruturante de Ensino”, uma solução educacional que prevê material pedagógico de excelência para todos os alunos da rede estadual. Estão previstos a aquisição de chromebooks (computador portátil específico para a educação), considerado tecnologia de ponta.
Também foi anunciado o programa “Profissão 4.0”, que haverá a instalação de Fab Labs – laboratórios abertos ao público para que a comunidade possa participar, contribuir e aprender com ferramentas tecnológicas que estão disponíveis no mercado, mas dificilmente podem ser utilizadas por um cidadão comum — como uma impressora 3D ou uma cortadora a laser.
Fonte: Diário de Cuiabá
