Mesmo em meio a muita discussão e palavras de ordem nesta terça-feira (29), não houve nenhuma surpresa no placar, pelo arquivamento do pedido de afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), na Câmara de Vereadores de Cuiabá. Assim, com 15 votos contrários, 8 favoráveis e uma ausência, os parlamentares colocaram fim à CPI do Paletó, instalada na Casa de Leis no final de 2017.
Sob o comando do vereador Marcelo Bussiki (DEM), desde a sua criação, a CPI nestes últimos três anos foi várias vezes judicializada. E após sessão de 16 de julho deste ano, em uma investigação que se arrastava há anos na Câmara, a base do prefeito na Casa de Leis venceu queda de braço e os vereadores rejeitaram por 13 votos a 9, o relatório paralelo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que pedia o afastamento do prefeito emedebista Emanuel Pinheiro, do cargo e a abertura de processo de cassação.
Com 15 votos contrários, 8 favoráveis e uma ausência, os parlamentares colocaram fim à CPI do Paletó, instalada na Casa de Leis no final de 2017.
Bussiki recorreu e ganhou a volta da votação da CPI no dia 1 de setembro deste ano, com determinação do magistrado Carlos Roberto Barros de Campos, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, por nova votação. Após o magistrado apontar várias ilegalidades cometidas pelo presidente da Mesa Diretora da Câmara, Misael Galvão, como a violação dos ditames regimentais e legais, ‘rompendo com os preceitos constitucionais e legais aplicáveis ao caso, precipuamente os princípios da moralidade, da impessoalidade e da legalidade, todos decorrentes da cláusula do devido processo legal’.
Hoje, nesta segunda rodada de votação e ‘com um jogo cantado’, anteriormente, pelos parlamentares que fazem oposição à Pinheiro, na Casa de Leis, sobre a dificuldade de vencer a queda de braço, pelo número de vereadores na base, a briga foi, contudo, ‘boa’, mas sem vitória sonhada, ainda que não esperada.
Assim, votaram pelo arquivamento votaram pelo arquivamento do relatório da CPI, os vereadores Vinicyus Hugueney, Adevair Cabral, Orivaldo da Farmácia, Adilson Levante, Aluízio Leite, Ricardo Saad, Dr. Xavier, Juca do Guaraná, Justino Malheiros, Luciana Zamproni, Luís Cláudio, Marcrean Santos, Mário Nadaf, Renivaldo Nascimento e Toninho de Souza.
Já os vereadores que votaram favoráveis ao afastamento do gestor foram Abílio Junior, Diego Guimarães, Dilemário Alencar, Felipe Welaton, Lilo Pinheiro, Marcelo Bussiki, Sargento Joelson e Wilson Kero Kero. Com ausência registrada é do vereador Clebinho Borges.
Entenda o caso
A CPI nasceu após viralizar nas redes um vídeo do prefeito, na época deputado estadual, sendo flagrado, recebendo maços de dinheiro, em forma de propina, do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Correa. O prefeito emedebista também foi formalmente citado pelo ex-governador Silval Barbosa – em sua delação premiada e ainda na época da CPI -, de estar entre os deputados que recebiam ‘mensalinho’, como forma de não investigar os desvios milionários, comandados pelo chefe do Executivo estadual, que eram realizados nas obras da Copa em 2014.
A Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o prefeito emedebista foi criada na Casa de Leis no final de 2017, sob o comando do vereador Marcelo Bussiki (PSB) e foi alvo de um longo processo de judicialização. Com quedas de braço jurídicas ganhas pela oposição, por meio do vereador progressista Diego Guimarães que, igualmente é advogado.
Diego entrou com um mandado de segurança no Judiciário mato-grossense, e teve seu pedido deferido pelo juiz João Thiago de França Guerra, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, na época, em 2018, sob a alegação que os vereadores da base do prefeito, Mario Nadaf (PV), membro da CPI, e Adevair Cabral (PSDB), relator, teriam realizado uma manobra para beneficiar Pinheiro e implodir a investigação. E foi atendido em seu mandado no dia 23 de agosto de 2019.
Assim, houve uma nova composição, nomeada pelo presidente da Câmara, Misael Galvão (PSB). E os novos membros escolhidos foram os vereadores Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), relator e membro da CPI, respectivamente. De lá prá cá, as quedas de braço não pararam, até seu arquivamento hoje, possivelmente, em definitivo.
Com informações do Site O Bom da Notícia