Quase 40% do que o setor agropecuário brasileiro vendeu para o exterior até julho foi para a China. A soja é o principal produto, tanto em volume quanto em valores. A demanda continua subindo, mas as vendas de carne bovina deram um salto no último ano.
De acordo com a superintendente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lígia Dutra, o Brasil conseguiu aumentar a produção com investimento em tecnologia.
“Como a gente vem investindo muito em tecnologia, aumentando a produtividade. A nossa capacidade de suprir outros mercados se ampliou. Mas é importante lembrar que a gente tem as vendas muito concentradas em poucos produtos. Então, o Brasil ainda tem espaço pra crescer, diversificando seus produtos para China”, afirmou.
A maior procura pelo mercado agropecuário brasileiro está compensando novos investimentos. Em Mato Grosso, por exemplo, criadores estão se qualificando para a exportação de suínos.
Em uma granja que fica em Sorriso, na região norte do estado, existe até uma barreira sanitária. Um botão ativa os jatos d’agua, misturados com um produto de limpeza. Esse procedimento serve para a desinfecção dos veículos de quem precisa ter acesso à unidade.
As granjas tipo exportação tem ambiente climatizado, com água filtrada e ração equilibrada. O esforço aumenta a chance de vender mais e com preços melhores.
“O crescimento do PIB da China é forte, então vai haver muito mais chineses dispostos a comprar carne futuramente. Eu tenho certeza que ela não vai parar de comprar carne brasileira”, diz o presidente da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso.
De janeiro a julho deste ano, o volume de carne suína exportada para a China dobrou em relação ao ano passado.