Delegado compara chacina com caso do goleiro Bruno e afirma que grupo planejava assaltar fazenda

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O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Frederico Murta, comparou a chacina de seis mortos, em que os corpos não foram localizados, com o caso do goleiro Bruno Fernandes, condenado a mais de 20 anos pelo sequestro, assassinato e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, em 2010.

Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Civil deflagrou a “Operação Insídia”, realizada no curso das investigações que apuram as circunstâncias do desaparecimento de seis pessoas no município de União do Sul, região norte de Mato Grosso. Entre os alvos estão um empresário, três PMs e um produtor rural.

Questionado sobre a ausência de corpos para que os mandados de prisão fossem expedidos pelo Poder Judiciário, Murta esclareceu isso se trata de entendimento popular.

“Essa questão de que não há corpo, não há crime, é um entendimento popular. Isso nunca existiu. Um dos exemplos é o caso do goleiro Bruno. Foram localizadas manchas de sangue, roupas, diversos vestígios, o próprio desaparecimento. Todos os elementos podem levar a uma condenação. As medidas decretadas são para instrumentalizar a investigação. Tudo indica que as pessoas foram realmente mortas. Trabalhamos para provar isto, independentemente de achar o corpo”.

Em coletiva de imprensa realizada na Diretoria da Polícia Civil, em Cuiabá, o delegado também afirmou que o grupo morto planejava assaltar a fazenda. “Um dos mortos trabalhava na fazenda. Alguns dos desaparecidos estariam planejando o roubo na fazenda. Não chegou a ocorrer, pelo que tudo indica”, acrescentou.

Apuração

As investigações apuram os fatos ocorridos no dia 18 de abril deste ano, em uma fazenda no município de União do Sul. Naquele local, foram encontrados diversos veículos com perfurações, estojos, munições, além de manchas de sangue e objetos pessoais, sem qualquer registro ou informação do que teria acontecido.

Após a realização de dezenas de diligências, perícias técnicas, buscas pelos corpos, oitivas de testemunhas e de pessoas envolvidas, as investigações apontaram para a execução de pelo menos seis pessoas, seguidas da ocultação dos respectivos cadáveres. Entre as vítimas está um funcionário da fazenda que trabalhava no local onde o fato ocorreu.

Além dos homicídios, são apurados outros possíveis crimes conexos, como cárcere privado, constituição de milícia privada, corrupção ativa e passiva.

As ações foram realizadas com apoio da Gerência de Operações Especiais (GOE), Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso, Polícia Civil do Estado de Tocantins e Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso.

Delegado teria intermediado proposta de propina a Flávio Stringueta

Delegado de Sinop, Douglas Turíbio

O delegado da Polícia Civil Douglas Turíbio Schutze, alvo da Operação Insídia, teria oferecido vantagem ao delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Stringueta, para desacelerar as investigações da ação policial. A autoridade policial teria feito uma intermediação entre o advogado do empresário Agenor Vicente Pelissa, preso na manhã desta quinta-feira (27), e o chefe da delegacia especilaizada disponibilizando uma grande quantidade de dinheiro. A quantia, no entanto, não foi revelada.

Pelissa, que também é produtor rural, é investigado pela execução de pelo menos seis pessoas, seguidas da ocultação dos respectivos cadáveres, na cidade de União de Sul (660 km de Cuiabá).

Durante as investigações, Douglas Turíbio teria procurado Stringueta e revelado que havia muito dinheiro envolvido nas investigações dessas pessoas mortas. Na sequência, ele teria oferecido uma grande quantidade de dinheiro para que os trabalhos fossem “desacelerados”.

A informação consta na decisão do pedido de busca e apreensão na casa do delegado. O mandado foi cumprido por policiais civis do GCCO na casa da autoridade policial, localizada na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá). Até a publicação da matéria, o HiperNotícias não havia conseguido contato com a defesa de Douglas Turíbio e nem com delegado Flávio Stringueta.

Na ação policial, quatro pessoas foram presas. Além de Pelissa, outros três policiais militares tiveram o mandado de prisão cumpridos. A Polícia Civil não informou os nomes dos envolvidos. Eles deverão ser levados ao presídio militar para ficar à disposição da Justiça.

Apuração

As investigações apuram os fatos ocorridos no dia 18 de abril deste ano, em uma fazenda no município de União do Sul. Naquele local, foram encontrados diversos veículos com perfurações, estojos, munições, além de manchas de sangue e objetos pessoais, sem qualquer registro ou informação do que teria acontecido.

Após a realização de dezenas de buscas, perícias técnicas, buscas pelos corpos, oitivas de testemunhas e de pessoas envolvidas, as investigações apontaram para a execução de pelo menos seis pessoas, seguidas da ocultação dos respectivos cadáveres. Entre as vítimas está um funcionário da fazenda que trabalhava no local onde o fato ocorreu.

Além dos homicídios, são apurados outros possíveis crimes conexos, como cárcere privado, constituição de milícia privada, corrupção ativa e passiva.

As ações foram realizadas com apoio da Gerência de Operações Especiais (GOE), Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso, Polícia Civil do Estado de Tocantins e Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso.

As investigações seguem em andamento.

Fonte: Olhar Direto/Hipernotícias