A juíza da 10ª Vara Cível de Cuiabá, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, negou o bloqueio de US$ 66,5 mil (equivalente à R$ 343,8 mil) de um grupo de réus ligados à Youxwallet – organização que se apresentava como operadora de Bitcoins, e que é suspeita da prática de “pirâmide financeira”. Um cliente em Mato Grosso que investiu no negócio alega que desde outubro de 2019 não consegue resgatar seu investimento.
A magistrada explicou que não poderia bloquear os recursos uma vez que o cliente de Mato Grosso não comprovou que a empresa está em insolvência, impossibilitando a devolução de seu investimento futuramente. Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro também negou o pedido de quebra de sigilo telefônico de Joab dos Santos Teixeira.
“Não se pode verificar, num juízo de cognição sumária, a probabilidade do direito, vez que não apresentou qualquer documento para comprovar que os requeridos não possuem condições de liquidar a dívida em futura execução, após eventual sentença de procedência, ou seja, que se encontram em estado de insolvência. Do mesmo modo não há que se falar em quebrado sigilo telefônico, por violar garantia constitucional, ressalta-se, ainda, que somente é admitida em casos excepcionais, fundada em suspeita de prática de ilícito penal”, explicou o juíza.
YOUXWALLET
A suposta “operadora de Bitcoins” – um tipo de moeda virtual utilizada em transações -, Youxwallet, surpreendeu seus clientes quando seu presidente, Joab dos Santos Teixeira, anunciou no fim de dezembro de 2019 que a organização deixaria de operar no Brasil. O presidente da organização justificou a medida dizendo que a “alta volatilidade do Bitcoin”, e o “grande número de saques”, inviabilizaram o negócio.
Embora não seja difícil encontrar vídeos na internet onde ele promete uma rentabilidade diária de 3% para quem investisse na Youxwallet, Joab já deu diversas declarações dizendo que “nunca garantiu nenhum tipo de ganho ou rentabilidade” aos investidores.
Com a derrocada da empresa, diversos clientes da organização estão sem garantia de devolução de seus investimentos. Joab dos Santos Teixeira também é réu numa ação coletiva que tramita no Poder Judiciário da Bahia.
A Polícia Civil do Estado do Nordeste o investiga, ainda, por prática de “pirâmide financeira” tendo em vista que Joab já foi operador da Telexfree.
Fonte: Folhamax