A Polícia Civil afastou dos trabalhos investigativos os policiais civis que estiveram na casa onde morreu Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, no dia 12 de julho, dentro do condomínio Alphaville, em Cuiabá. No depoimento do médico cirurgião que esteve na casa após a morte da jovem, ele afirma que os agentes pareciam ser “segurança” de Marcelo Cestari, pai da adolescente que teria disparado.
Um dos policiais afastados é da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Segundo o delegado titular da unidade, Flávio Henrique Stringuetta, “o investigador M.J.L.S irá para o administrativo. Ficará à disposição da Diretoria Geral”. O delegado ainda confirma que não há envolvimento dele no caso. “Ele apenas conhece o Marcelo [Cestari] e foi dar um apoio solidário no dia do acontecimento”, completou Stringuetta.
Porém, no depoimento de Wilson Melo Novaes, médico neurocirurgião, amigo da família de Isabele e que esteve no local do crime antes da chegada do Samu, a atitude dos policiais era como se fossem segurança do empresário.
O neurocirurgião contou que, após a saída do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o isolamento do local, dois homens chegaram à paisana em um Citroen C4 (descaracterizado, mas oficial) e entraram na residência.
O médico disse que os dois seriam policiais civis, mas que estariam atuando como seguranças do empresário, em função da postura intimidadora que se colocaram, tendo um deles ficado na frente da casa, com postura incompatível com o ocorrido, com os braços cruzados, olhando de forma arrogante e fumando cigarro eletrônico.
O outro policial teria sido mais discreto e chegou sem chamar tanta atenção. Ambos estiveram na cena do ocorrido bem antes da chegada da Politec e da DHPP (quase uma hora antes), segundo consta no depoimento.
Ainda não se sabe qual dos policiais era M.J.L.S, se é o que ficou dentro ou o que permaneceu fora da casa. Tudo isso será investigado pelo delegado Wagner Bassi Júnior, da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).
O caso Isabele está prestes a completar um mês e por enquanto o crime ainda não foi desvendado. Várias hipóteses pairam sobre o trabalho da polícia, sendo o principal de tiro acidental. Porém, uma reconstituição deve ser feita no local do fato para que a polícia elucidar todas as “pontas soltas” do caso, que chocou a sociedade.
Fonte: Olhar Direto