Os vereadores que fazem oposição ao prefeito emedebista Emanuel Pinheiro, na Câmara de Vereadores de Cuiabá, devem buscar a Justiça – nesta próxima semana -, para tentar derrubar, o que classificaram de manobra usada pelo presidente da Casa de Leis, Misael Galvão (PTB), que colocou o relatório da CPI do Paletó, na última quarta-feira (16), em votação, sem o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, desrespeitando o Regimento Interno da Câmara.
Sem convocação prévia, e pegando de surpresa os vereadores da oposição [que só souberam que o relatório final da CPI do Paletó entraria em votação em sessão plenária, às 5h da manhã], a queda de braço foi vencida pela base de apoio à Emanuel, sendo rejeitado por 13 votos a 9, o relatório paralelo da Comissão, que pedia o afastamento do prefeito emedebista do cargo e a abertura de processo de cassação
Com a rejeição e até que ocorra um posicionamento oficial da Justiça, o relatório assinado pelos vereadores Marcelo Bussiki(DEM) e Sargento Joelson(Solidariedade), foi arquivado no parlamento. Ele aponta que o prefeito teria cometido obstrução de justiça e quebra de decoro pelo suposto recebimento de propina do ex-governador Silval Barbosa, quando ainda era deputado estadual. Assim, a Comissão buscou, na Câmara, a abertura do processo de cassação e o seu afastamento do cargo de prefeito por até 180 dias.
Mas como o relatório foi entregue, paralelamente, aos Ministérios Públicos – Federal e Estadual -, à Polícia Federal e à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública, para as providências cabíveis sobre os crimes de organização criminosa concussão e ato de improbidade administrativa, os vereadores ainda não se deram por vencido.
Um pouco depois da votação que resultou no arquivamento da CPI do Paletó, o profissional de marketing político digital e pré-candidato a vereador pelo Cidadania, o cuiabano Fellipe Corrêa, ex-assessor do vereador Wellaton(do mesmo partido) conversou com O Bom da Notícia sobre a campanha que propôs nas redes sociais já há algum tempo [#forapaleto]. Na verdade um abaixo-assinado como forma de ganhar a adesão popular, para forçar a saída do prefeito Emanuel Pinheiro, do comando do Palácio Alencastro.
O abaixo assinado – de acordo com Fellipe -, vai continuar, sob o argumento de seguir cobrando dos órgãos de controle, um posicionamento mais austero quanto as manobras ocorridas na Câmara de Vereadores, nesta última quarta.
Para Fellipe, a decisão de lançar nas redes a campanha, nasceu não só do profissional de marketing mas, igualmente, do pré-candidato que acredita em ‘uma nova maneira de fazer política.
Sem padrinho ou dinheiro de partido para a realização destas campanhas, Fellipe já vem algum tempo apostando na internet como um caminho eficaz para competir contra tanto graúdo.
Assessor de Wellaton até janeiro deste ano, ele se lembra que antes foi seu ‘adversário’ em 2016, e que só depois da campanha de 2018, se propôs a assessorá-lo,’por acreditar que sua atuação era algo pelo que valia a pena trabalhar’.
“Assim, como me convidei para ser assessor de Wellaton, por acreditar em suas propostas, igualmente, dar fim à impunidade do escândalo do paletó também é algo que vale o empenho. Além de ser uma iniciativa que pode reforçar a ideia, de que milhares de pessoas estariam de olho nas ações de Pinheiro, o que pode evitar, quando nada reduzir que a administração use cargos como produto de barganha e realize um verdeiro ‘derrame dinheiro para reeleger a si e sua base em novembro. Foi sob este olhar que também decidi ser pré-candidato, longe da motivação, comumente, conhecida pelos políticos, de ‘luta pelo poder’. Pra mim é bem ao inverso. Minha motivação é a minha consciência como cidadão, a mesma que me fez assessorar na oposição. Lá, testemunhei o crime que é a atual gestão, por dentro, e te digo: alguém precisa parar Emanuel. Se o Ministério Público não tomar uma posição mais austera, nós faremos isso como cidadãos. Sobretudo, porque acredito que é servindo que descobrimos nosso propósito. E que o bem vence o mal, como Davi derrubou Golias, nosso propósito é sermos os ‘Davis’ da política. Usando a internet, seja como cidadão, candidato ou assessor”.
Conforme o pré-candidato, a finalidade prioritária das hashtags, nas redes sociais, é agrupar conteúdo. Ou seja, ao clicar nela, é possível ver tudo que os demais usuários publicaram usando-a. “São centenas de publicações, somadas a centenas de carros que já adesivamos e aos milhares que já assinaram o abaixo-assinado: um voluntariado espontâneo de volume considerável”.
Ressaltando sobre a importância de frisar que esse movimento já existe há um bom tempo, com estátua gigante, carreatas e outras mobilizações. E que novo seria uma queda de braço vitoriosa na Casa de Leis da capital – caso as forças neste cabo de guerra fossem iguais -, quando o relatório final da CPI, foi ao plenário.
“De qualquer maneira há ainda muita discussão a ser realizada aí pela frente e vamos lembrar aos vereadores, que ainda comem na mão do prefeito, que quem vota em novembro é o povo. Mas, como a pandemia impede manifestação presencial, agora a batalha é na internet”.
Assegurando que não existe nada mais valioso neste momento, do que ações que cristalizem a ideia de ‘uma nova política’ e a Web é, inequivocamente, a ferramenta com respostas mais rápidas.
Salientando que neste nesse contexto de tantas preocupações com a pandemia, a tendência é que os eleitores queiram mudanças. E que, assim, a hora não é buscar a pandemia da covid-19, como desculpa, aliás, bem ao contrário. “A hora é agora. De usarmos tecnologia e humor como as hashtags nas redes sociais como [https://forapaleto.com.br/] para que os cuiabanos engajem, cobrando os parlamentares municipais a votarem conforme a vontade do povo, e não em defesa do prefeito. E se eu precisar soltar um meme todo dia para isso, farei”, ainda garantiu.
Outra motivação, ainda se lembra Fellipe veio com a disseminação de noticias falsas postadas nas redes contra os vereadores que fazem oposição à Pinheiro. Assim, as brincadeiras mandam sempre um recado para aqueles que utilizam deste artifício, para “tenham colhões de assinar os memes e as fakenews que disparam contra os vereadores e todos aqueles que se opõem à Emanuel. Pois isso é feio”.
E para mostrar seu repúdio e que não teme retaliações, Fellipe registrou o site forapaleto.com.br no seu nome e CPF. E os ‘posts são, quase sempre, ilustrados por reportagens reais da imprensa local, sobre denúncias quanto à aplicação dos recursos para combater, por exemplo, a covid-19 em Cuiabá’.
“A oposição não conseguiu fiscalizar, o Governo do Estado só conseguiu após decisão judicial, e após isso a Prefeitura desabilitou 40 UTI’s – a mesma quantidade que agora eles prometem entregar. Essas UTI’s existiam? Pois mesmo excluindo as 40, depenaram a recém inaugurada UPA do Verdão e as UTI’s pediátricas. E essa é a diferença: se é mentira, ele pode me processar e provar na Justiça, como ocorreu nas eleições de 2018, quando fui processado por usar o vídeo do papai colocando dinheiro no paletó, e a Justiça entendeu que era de domínio público”.
