Após três anos, Câmara deve apresentar relatório final

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Após mais de três anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara de Cuiabá para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), deve ter um desfecho nesta semana.

Na sexta-feira (10), o relator do processo, vereador Toninho de Souza (PSDB), apresenta o relatório final aos demais membros da CPI. A tendência, entretanto, é que sejam apresentado dois relatórios.

Além do parlamentar tucano, o presidente e o membro da Comissão, vereadores Marcelo Bussiki (DEM) e Sargento Joelson (SD), não descartam a possibilidade de apresentarem um levantamento paralelo.

Isto porque o relator integra a base governista e os demais já fazem parte do grupo de oposição ao chefe do Executivo Municipal.

“A nossa preocupação vem desde a primeira CPI, não só relacionada ao vereador Toninho, mas ao relatório que vai ser apresentado. Se o relatório não condizer com o que foi apurado nas oitivas e documentações colhidas, vai ser apresentado outro relatório. Entendemos que as oitivas foram contundentes em alguns pontos, e esses pontos não podem ficar fora do relatório, principalmente a questão da suposta propina”, disse Bussiki.

Neste caso, ambos os relatórios devem ser votados pelos membros da CPI. O vencedor é encaminhado à presidência da Câmara, para que o documento seja remetido ao crivo do plenário.

Pinheiro é investigado pelo Parlamento Municipal por suposto recebimento de propina, à época em que era deputado estadual, e ainda obstrução de Justiça, devido a um áudio apreendido pela Delegacia Fazendária em sua residência, o qual apresenta uma conversa entre Silvio Cesar Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, e Allan Zanata, ex-secretário de Indústria do Estado.

A CPI foi instaurada devido ao vídeo em que o prefeito aparece recebendo maços de dinheiro das mãos de Silvio.

Além do encaminhamento ao Ministério Público Estadual (MPE), o relatório pode sugerir ainda o afastamento do prefeito e a abertura de uma Comissão Processante no âmbito do Legislativo.

“Pode culminar em um pedido de afastamento, com pedido ainda de abertura de uma comissão processante. Ou seja, uma comissão de cassação de mandato, uma vez entendido que houve uma infração político administrativa pelo prefeito Emanuel Pinheiro. Esses encaminhamentos podem ser propostos sim”, disse Marcelo Bussiki.

Fonte: Diário de Cuiabá