O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT), Dejamir Souza, encaminhou um ofício ao procurador-geral de Justiça do Estado, José Antônio Borges, para que o órgão regulador recomende lockdown (fechamento total) nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, a fim de dirimir o espalhamento da Covid-19, o coronavírus, pelos municípios mato-grossenses.
A nota recomendatória foi assinada nesta segunda-feira (08), após o estado divulgar boletim epidemiológico apontando que 45,6% das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) destinadas a pacientes com Covid-19 já estão ocupadas. Ainda segundo o balanço, Mato Grosso ultrapassou no domingo (07) a marca dos quatro mil casos de contágio pelo vírus, dos quais 113 evoluíram para morte dos pacientes.
Além dos dados apresentados pelo boletim da secretaria de Estado de Saúde (SES), uma nota técnica produzida por profissionais da Universidade de Mato Grosso apontou que o estado poderá registrar o pico da pandemia em setembro, ocasião em que mais de 300 mil casos da doença já terão sido registrados.
“No mesmo sentido, a carência crônica de leitos no interior do estado para atender a população local, neste momento de pandemia, escancara a precariedade do sistema de saúde estadual, ocasionando na habitual transferência dos pacientes para Cuiabá e Várzea Grande”, aponta trecho do documento.
“E mesmo com a dramática situação que se aproxima, o município de Cuiabá e de vários municípios do interior iniciaram o processo de flexibilização das atividades comerciais, mesmo com os prognósticos que apontam para a necessidade de recrudescimento das medidas de isolamento social, o que poderá provocar em pouco tempo o colapso do sistema de saúde”, acrescenta o sindicato.
Diante destes apontamentos, o Sinpen solicitou ao MPMT que recomendasse aos municípios de Cuiabá e Várzea Grande a adoção do lockdown como medida preventiva ao espalhamento do vírus nestas cidades, uma vez que ambas lideram o ranking estadual de mortes pela Covid-19.
Além disso, o sindicato apelou ainda para a construção de hospitais de campanha em Mato Grosso ou adaptação das unidades já existentes com implantação de novas UTIs, a fim de evitar a sobrecarga dos leitos já existentes em Cuiabá e Várzea Grande.
O HNT/HiperNotícias entrou em contato com o Ministério Público de Mato Grosso sobre o ofício. Em resposta, o órgão regulador apontou que o procurador-geral de Justiça ainda não recebeu a nota recomendatória.
Fonte: Hipernotícias