Mapeamento feito pelo Departamento de Geografia e Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), juntamente com a Secretaria de Saúde de Cuiabá mostra que os bairros Morada da Serra, Centro e Jardim Imperial lideram na proliferação de casos do novo coronavírus na Capital. Sete pessoas se infectaram em cada um desses bairros até o momento.
Na sequência vem Bosque da Saúde (6), Goiabeiras (6), Duque de Caxias (5), Jardim das Américas (5), Jardim Itália (5), Dom Aquino (4), e Parque Atalaia (4). Há uma semana haviam 55 bairros atingidos e em 02 de maio foram 65. A Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica ressalta não existe vacina, portanto a melhor maneira de prevenir a infecção é evitar a exposição ao vírus.
Casos confirmados de residentes em Cuiabá-MT de 12 de março a 02 de maio
Foram 141 casos notificados de COVID-19 em residentes em Cuiabá até 02 de maio, indicando crescimento de cerca de 17,5% (21 casos) na última semana ou 3 casos/dia. Houve redução de casos registrados nesta última semana quando comparado com a anterior (4,3 casos/dia). Dos casos de COVID-19 de Mato Grosso até 02 de maio, 43,4% foram de residentes na capital.
Veja mapa
Casos notificados de SRAG até 02 de maio de 2020
Até o dia 02 de maio de 2020 foram notificados em Cuiabá 468 casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Desses 17,7% (68) aguardam o resultado do exame para COVID-19. Entre aqueles que se conhecia o resultado (400), 242 (60,5%) foram descartados e 158 (39,5%) resultou positivo para COVID-19, sendo 141 residentes em Cuiabá.
A taxa de incidência foi de 23,0 casos/100.000 habitantes, bem mais elevada que a incidência em Mato Grosso (9,4/100.000 habitantes), contudo muito inferior à taxa de incidência no Brasil que foi 45,5/100.000. Desde a notificação do primeiro caso em 14 de março, foram notificados três óbitos por COVID-19 em Cuiabá, contudo dois eram de residente na capital, desta forma a taxa de letalidade em residentes em Cuiabá é de 1,4%, abaixo da taxa do estado (3,4%). Em 02 de maio, cerca de 71,6% dos casos encontravam-se recuperados e os demais em monitoramento.
Entre os 141 casos confirmados de COVID-19, os primeiros sintomas ocorreram em 12 de março, sendo o primeiro caso notificado no dia 14 de março. Na semana epidemiológica 11 (08 a 14 de março) foi notificado o primeiro caso de COVID-19 em residentes em Cuiabá, na semana seguinte já haviam sido notificados 07 casos. Maior número de notificações ocorreu nas semanas epidemiológicas 16 (38 casos) e 14 (34 casos).
O tempo médio entre a coleta de exames e a entrega dos resultados foi de 3,6 dias, sendo cerca de 57,0% dos exames realizados pelo Laboratório Central de Mato Grosso (LACEN-MT). Somente dez indivíduos referiram ter viajado em período anterior ao início dos sintomas e desses a metade para o exterior.
A taxa de internação no período foi de 25,8%, entre os (34) casos internados, (35,3%) ocuparam leitos de UTI e dez fizeram uso de ventilação mecânica. Entre os casos confirmados de COVID-19 residentes em Cuiabá (141) a maioria (89; 63,1%) é do sexo feminino e pouco mais da metade era de cor/raça preta/parda.
A idade média é 37 anos, sendo o mais novo com 02 anos e o mais velho com 86 anos. Cerca de 72,0% dos casos se concentra no grupo de 30 a 59 anos e os idosos representaram 12,1% (17) dos casos. Cerca de 70,0% dos casos tinham nível superior e profissionais da área da saúde representaram 22,0% dos casos confirmados.
Os principais sintomas relatados foram tosse (90), febre (85), desconforto respiratório (52), dor de garganta (48), cefaleia (42), diarreia (37), mialgia (37), dispneia (34), perda de perda do olfato (24) e perda do paladar (18). Cerca de 28,0% (39) dos casos referiram comorbidades isoladas ou associadas, entre elas prevaleceram doença cardiovascular crônica (18), diabetes mellitus (9), hipertensão arterial (6), imunodeficiência (5) e asma (6).
Os indivíduos que vieram a óbito em 15 de abril e 02 de maio eram do sexo masculino, brancos, idosos (63 e 70 anos), um com nível médio de escolaridade e outro nível superior, enfermeiro. Este apresentava cardiopatia, hepatopatia e obesidade e o primeiro era hipertenso. Ambos apresentaram sintomas como febre, tosse, dispneia, desconforto respiratório e diarreia, foram internados na UTI, necessitaram de ventilação mecânica. O segundo indivíduo permaneceu na unidade de terapia intensiva por 37 dias, vindo a óbito no último final de semana.
Testes rápidos
Conforme a Prefeitura, os testes rápidos precisam ser registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e são utilizados para triagem e não para diagnóstico, desta forma, os testes rápidos não são de primeira escolha para o monitoramento de casos suspeitos, devendo ser avaliados em conjunto com a clínica e história epidemiológica. O uso sem critérios epidemiológicos pode representar risco, pois seus resultados podem ser falso negativo ou positivo.
Fonte: Olhar Direto