Por: Vicente Vuolo
O Rotary e os trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estão ligados umbilicalmente. Isto porque uma roda de trem tem sido o símbolo dessa gigantesca associação de clubes de serviço, desde o seu começo. O primeiro desenho foi feito por Montague Bear, rotário de Chicago (EUA), que projetou uma roda de trem com alguns traços ao seu redor para dar perspectiva de movimento.
A roda de trem foi projetada para transmitir a ideia de “Civilização e Movimento”. O belíssimo emblema possui 24 dentes da roda de trem denteada e representam as 24 horas do dia onde cada rotário deve viver o Rotary em ação e pensamento. Os 6 raios representam as qualidades essenciais do rotário em relação: a família (ser bom chefe de família); ação (cumprir os deveres de cidadão); amizade (cultivar a capacidade de fazer e manter amigos); profissão (ter ética profissional, agindo sempre de acordo com os princípios rotários); religião (respeitar normas e princípios religiosos); instituição (manter a integração no movimento rotário, cooperando sempre).
O Rotary Club foi fundado em 23 de fevereiro de 1905 e o primeiro presidente do Rotary Internacional foi o advogado norte-americano Paul Percy Harris. A chegada da organização Rotary Internacional ao Brasil foi marcada pela admissão do Rotary Club do Rio de Janeiro em 23 de fevereiro de 1923, sendo o primeiro clube em que se falava o idioma português no mundo. Hoje, são 38 distritos no Brasil, com mais de 2.300 unidades rotárias, das quais fazem parte mais de 55.000 rotarianos.
A fundação do Rotary Club de Cuiabá ocorreu no dia 7 de julho de 1941 nas dependências do antigo Grande Hotel, belíssimo prédio situado na avenida Getúlio Vargas, no centro da capital. E foi justamente a poucos metros desse local, no dia 12 de agosto de 2019, que foi realizada a reunião histórica que marcou a entrada do Rotary Club de Cuiabá na luta pela retomada imediata das obras do VLT Várzea Grande – Cuiabá. Estiveram presentes nesse encontro os seguintes rotarianos: Adriana Deschamps (presidente), Archimedes Pereira Lima (Neto), Leôncio Pinheiro, Robson Ramalho, Gerson Queiroz, Márcia Martins, Antônio Zago, José Ival, Daniel Fialkorski, Fernando Dalmolin, Elci Dalmolin, Jean Charle, Antônio Casal, Solange, Salvador, Zaneti e Rute.
Desde então, um intenso trabalho tem sido desenvolvido pela conclusão imediata das obras do VLT. Dentre as medidas, foram encaminhadas cartas contundentes ao governador do estado, prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande e ao Secretário Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério do Desenvolvimento Regional.
O documento do Rotary Club de Cuiabá enviado ao governador Mauro Mendes foi protocolado no dia 28 de agosto de 2019 e manifesta “seu irrestrito apoio à continuidade e conclusão das obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos em Cuiabá e Várzea Grande. O VLT para Mato Grosso significa uma evolução na mobilidade urbana por tudo que representa: conforto, segurança, rapidez e sustentabilidade. A suspensão definitiva dessa obra significará um dos maiores fiascos públicos de investimento em toda a história de nosso país e de desperdício também”.
O Rotary é uma entidade tradicional e de longa experiência, ingressou nessa luta
porque vê nela uma causa justa e olha para o futuro. Um futuro que precisa começar logo apesar da crise que estamos vivendo. São momentos difíceis este. Para todos. Trabalhadores e empresários. Tanto porque tememos por nossa saúde e de todas as pessoas de nossas famílias, como por causa dos transtornos sociais e econômicos que esse período está gerando.
A esperança que nos une é sairmos logo dessa crise, sem ninguém perdendo a vida e todos com saúde. Mas sabemos que isso será difícil. Assim como o será a retomada das atividades econômicas. Contudo, precisamos preparar planos e inovar nas ações para gerar empregos e renda. Para dinamizar a economia e produzir saúde financeira para as famílias. Também nessa perspectiva, o VLT precisa ser retomado. Ainda mais que existem 300 milhões depositados na conta do governo do estado e que não podem ser utilizados para outro objeto. Esse dinheiro é suficiente para terminar o trecho Aeroporto-Porto–Centro. Isso faria gerar empregos e oportunidades para o comércio que se deve reorganizar em sua volta.
VICENTE VUOLO É ECONOMISTA, CIENTISTA POLÍTICO E COORDENADOR DO MOVIMENTO PRÓ VLT.