A Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis (215 quilômetros de Cuiabá) confirmou, através de nota, que a paciente K.C., 38 anos, que está com internada desde a noite da última quinta-feira (06), no Hospital Regional da cidade com suspeita de coronavírus, foi isolada na unidade hospitalar para realização de exames. A ambulância utilizada no transporte terá que ficar inoperante até a próxima segunda-feira (10). Além disso, a prefeitura informou que irá informar o caso, que é o primeiro suspeito de Mato Grosso, ao Ministério da Saúde.
Como já informado pelo Olhar Direto, a paciente fez uma viagem recente à Ásia, mas não esteve na China. A mulher apresentava sintomas de gripe. Em função dos casos do novo coronavírus identificados no início deste ano, a paciente foi isolada na unidade hospital para realização de exames e avaliação clínica com infectologista.
Uma equipe do Samu foi acionada para encaminhá-la ao Hospital Regional. Os profissionais de saúde que fizeram o atendimento seguiram todos os protocolos do Ministério da Saúde e a ambulância utilizada para o transporte passou por processo de esterilização e ficará sem ser utilizada até a próxima segunda-feira (10).
A Secretaria de Saúde destaca ainda que o Hospital Regional de Rondonópolis é a unidade de referência para atender casos suspeitos do novo coronavírus na região e que o caso será informado ao Ministério da Saúde.
Na manhã desta sexta-feira (07), foram recolhidos materiais para que sejam feitos os exames para comprovar se trata-se de coronavírus. Tudo será encaminhado para um laboratório de Cuiabá e, posteriormente, a outro do Rio de Janeiro (RJ) para a contraprova.
Uma possível contradição chama a atenção na nota emitida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre a primeira suspeita de coronavírus em Mato Grosso. Conforme a pasta, o caso não é tratado como suspeita, mas mesmo assim está sob investigação.
“O referido paciente é assistido e recebe todo o atendimento médico necessário que o caso requer, não representando qualquer risco à saúde pública”, diz trecho do comunicado emitido pela Pasta do governo.
Coronavírus
A província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia do novo coronavírus, o 2019 n-CoV, registrou 69 novas mortes, de acordo com atualização da noite de quinta-feira (06). Com isso, são 637 óbitos no país. Outros 2.447 casos foram confirmados apenas na região mais afetada, totalizando mais de 31.211 mil em toda a China.
O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde.
A variação originada na China foi nomeada oficialmente pela Organização Mundial de Saúde como “Doença Respiratória de 2019-nCoV” em 30 de janeiro. Ainda não está claro como ocorreu a mutação que permitiu o surgimento do novo vírus.
Ainda não se sabe como se deu a primeira transmissão para humanos. A suspeita é que tenha sido por algum animal silvestre. O tipo de animal e forma como a doença foi transmitida ainda são desconhecidos. Uma hipótese é que o novo vírus esteja associado a animais marinhos. Entretanto, ao menos duas pesquisas apontam outras possibilidades: uma delas cita a cobra e, outra, os morcegos.
Cientistas do Colégio Imperial de Londres estimaram que a taxa de transmissão do novo coronavírus entre humanos é de duas a três pessoas para cada paciente infectado.
Foram identificados sintomas como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.
Confira a nota da prefeitura na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis encaminhou nesta quinta-feira (6), por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), uma pessoa com sintomas de gripe que retornou de viagem à Ásia – mas não esteve na China – para o Hospital Regional de Rondonópolis.
Por precaução, em função dos casos do novo coronavírus identificados no início deste ano, a paciente está em isolamento na unidade hospitalar para realização de exames e avaliação clínica com infectologista. O caso será devidamente informado ao Ministério de Saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que a paciente entrou em contato com a Pasta para informar que havia retornado para Rondonópolis após uma viagem à Ásia na quarta-feira (5) e que apresentava sintomas de gripe. Uma equipe do Samu foi acionada para encaminhá-la ao Hospital Regional.
Os profissionais de saúde que fizeram o atendimento seguiram todos os protocolos do Ministério da Saúde e a ambulância utilizada para o transporte passou por processo de esterilização e ficará sem ser utilizada até a próxima segunda-feira (10).
A Secretaria de Saúde destaca que o Hospital Regional de Rondonópolis é a unidade de referência para atender casos suspeitos do novo coronavírus na região.
Plano de enfrentamento pelo Estado
O Governo de Mato Grosso vai criar um Plano Estadual de Contingência para Enfrentamento ao Coronavírus. A decisão foi anunciada pelo secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, durante reunião organizada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (06.02) em Brasília.
Apesar de não haver nenhum caso confirmado do novo Coronavírus no país, o Ministério convocou a reunião com os secretários estaduais e municipais de saúde para conhecer os planos de enfrentamento ao vírus de cada Estado. Na reunião, ficou definido que os Estados têm até a próxima semana para enviar o plano finalizado ao Ministério.
“Estamos estabelecendo um plano de trabalho em conjunto com todas as instituições para que seja célere e que estejamos preparados para, se houver algum caso confirmado em Mato Grosso, dar a assistência”, pontuou Gilberto.
Além do plano em elaboração, Mato Grosso também ativou o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COES-MT) como medida preventiva para uma possível entrada do vírus em território mato-grossense.
O secretário adjunto de Atenção e Vigilância em Saúde da SES-MT, Juliano Melo, que também participou da reunião em Brasília, explica que o objetivo do Centro de Operações é articular e organizar as ações de preparação do estado diante de uma iminente epidemia.
“O COES deve responder de forma oportuna e proporcional às situações de emergência em saúde pública, realizando o planejamento, organização, coordenação, avaliação e execução das ações de resposta. Ele permite a definição de estratégias e ações adequadas para enfrentamento de emergências, por meio de análise dos dados e informações, subsidiando a tomada de decisão dos gestores e técnicos”, explicou Juliano.
Fonte: Olhar Direto/PNB Online