Crianças em férias pedem cuidado redobrado

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Com a chegada das férias, crianças costumam ficar alvoroçadas dentro de casa, com gritaria e correria “pra lá e pra cá”. Se, por um lado, a presença delas proporciona mais alegria para a família, por outro, a falta de cuidados básicos pode significar a ocorrência de acidentes.

Conforme relatos médicos, o maior volume de atendimentos nos prontos-socorros durante as férias é provocado por queimaduras, intoxicações, quedas e afogamentos. Entre os ambientes com altos índices de acidentes, a cozinha bate recorde, em virtude da presença de fogão, botijão de gás, tomadas, baldes, talheres e objetos cortantes, que acabam se tornando elementos de risco.

O casal Debora e Danilo Granjeiro, moradores de Nova Mutum, biólogos e pais da Maria Clara (13), Mayara (4) e Murilo (2), confessa que não montou nenhum esquema especial visando à segurança dos filhos em casa nestas férias, mas garante que estão bem atentos à rotina das crianças.

“A gente procura manter a rotina regular, não alteramos os horários para dormir/acordar e, principalmente, da alimentação. A exceção foram as datas comemorativas e os finais de semana, porque também é saudável fazer atividades diferentes”, explica Danilo (35), que vai passar as férias em casa com os filhos.

Para Débora (31), é importante deixar a casa acessível às crianças de modo a terem espaço para as brincadeiras. “O Danilo procura sempre incluir todos em suas atividades, pois é uma forma de entretê-las, mas, também, de se divertirem juntos. Inclusive as tarefas domésticas se transformam em atividades lúdicas. Assim, além de educar as crianças, é mais uma atividade que vai entreter e virar brincadeira”.

A médica do Complexo Hospitalar de Cuiabá Karla Ormond orienta que os pais devem aproveitar as férias para fazer um check-up (exames básicos de sangue, urina e fezes) nas crianças, principalmente em casos de viagens. Como são muitas brincadeiras, é importante manter os filhos hidratados com bastante água, mas, também, introduzir os sucos naturais e água de coco.

Como as crianças ficam muito ao ar livre em piscinas, rios e parques, não se pode esquecer o protetor solar com fator acima de 30, que deve ser retocado a cada duas horas, e atenção para as roupas adequadas a cada ambiente.

“É importante lembrar que o protetor não pode ser usado em menores de 6 meses. Os bebês precisam usar roupas com proteção UV e não ficarem expostos diretamente ao sol. É bom sempre buscar locais sombreados”, explica a médica.

Danilo e a Debora estão certos em manter a rotina, segundo a especialista. A principal recomendação é não sair dela para não prejudicar o fuso horário da criança com a volta às aulas. “E é importante sempre recolher os brinquedos, ter cuidado com os tapetes escorregadios e secar o chão para evitar quedas. Ainda ter cuidado com beliches, travar as janelas, principalmente em apartamentos, além de guardar bem os materiais de limpeza, venenos e remédios para evitar intoxicações e tampar as tomadas”, reforça Karla Ormond.

Danilo explica que eles conversam e orientam sobre o que as crianças podem ou não mexer em casa. “Nós estamos sempre vigilantes e, de maneira geral, as crianças entendem porque não podem mexer em determinados objetos e produtos, e elas sempre recolhem todos os brinquedos e ajudam a arrumar a bagunça”, conta.

Alimentação – Karla Ormond chama atenção para os exageros em relação ao consumo de açúcar. A obesidade é um problema que atinge muitas crianças e, nas férias, fica aquele clima de que está tudo liberado. “Não se pode abrir mão da saúde e permitir que a criança coma o que ela quiser e, muito menos, na hora que quiser. Um docinho aqui e outro ali, tudo bem, mas sem exageros. É importante que a alimentação da criança seja balanceada, com o cuidado de mesclar todos os grupos alimentares. Não esquecer das frutas, é sempre bom dar preferência para as da estação”, orienta.

Ainda aproveita para fazer um alerta importante. “É fundamental sempre reforçar a orientação contra pessoas estranhas. Vimos vários casos de crianças desaparecidas em Mato Grosso nos últimos meses. Então, quanto às crianças pequenas é bom colocar uma pulseirinha com identificações e informações para contato e orientar as crianças como agir quando um estranho se aproximar”, finaliza.