A Polícia Judiciária Civil investiga dois padres de Rondonópolis (a 216 quilômetros de Cuiabá) pelos crimes de estupro e assédio, após a denúncia de um adolescente de 17 anos. A Diocese, depois de tomar conhecimento dos fatos, afastou de forma preliminar os envolvidos, conforme posicionamento emitido na última segunda-feira (2).
A situação chegou ao conhecimento da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) depois que a tia do adolescente teve uma conversa com um padre para pedir conselhos. Na ocasião, ele perguntou sobre seu sobrinho, pois a mesma cuidava dele.
Desconfiada, ela foi conversar com o sobrinho, que contou sobre os abusos. O jovem afirmou que em setembro de 2015 teve um relacionamento com um amigo da escola da mesma idade. Se sentindo culpado, confessou o ocorrido ao padre T., que então começou a se aproximar dele.
Este mesmo padre teria começado a pedir fotos do garoto sem roupa, que atendeu o pedido. Ainda conforme a vítima, o padre o levava para o shopping, onde lhe daria dinheiro e comprava lanches.
O padre então teria levado o garoto para casa de um parente, onde teria ocorrido o estupro. Na época, o garoto tinha 13 anos. Os abusos teriam acontecido diversas vezes, por quatro anos, até que no dia 29 de julho deste ano, o adolescente colocou um fim na situação.
Diante do ‘término’, o padre teria estuprado o garoto e depois lhe dado a quantia de R$ 50. Para tentar supostamente fazer ciúmes, o padre teria enviado uma foto dele com uma jovem, em que ambos tomavam sorvete. Conforme a denúncia, este mesmo padre também teria dito relações sexuais com o adolescente e um outro coroinha.
Conforme boletim de ocorrência, o padre teria sido transferido para Alto Garças, mas estaria cometendo os estupros com outros coroinhas. Inclusive, um deles teria ameaçado denunciá-lo, mas T. teria dado um aparelho celular para o mesmo, como forma de obter seu silêncio.
Ainda conforme o adolescente, quando ele tinha 15 anos, o padre T. teria mandado seu número de telefone para um padre identificado como J., que se encontrou com o garoto no Salão Paroquial São José Operário. Ambos tiveram uma conversa, entretanto, o documento não deixa claro o teor.
A Polícia Judiciária Civil disse que o caso está sob a coordenação da delegada Lígia Silveira. De acordo com a delegada, as investigações são sigilosas e por enquanto não há informações que possam ser passadas à imprensa.
A Diocese de Rondonópolis-Guiratinga informou, por meio de nota, que após tomar ciência de possíveis afrontas às Leis da Disciplina Sagrada, tomou medidas a fim de resguardar os direitos de todas as partes envolvidas e afastou, de forma preliminar, os presbíteros. Conforme a nota, também foi dado início ao procedimento canônico investigatório para apurar se a denúncia ofertada tem fundamento.
Fonte: Olhar Direto