O soldado da Polícia Militar Marcos Vinicius Pereira Ricardi, que matou a enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, desaparecida há 11 dias, estava afastado do cargo há dois meses. Ele foi comparsa do marido da vítima, Ronaldo da Rosa. De acordo com a polícia, o corpo de Zuilda foi encontrado em um córrego nesta terça-feira (8), sem a cabeça e um dos braços.
De acordo com nota divulgada pela Polícia Militar de Sinop, Marcos Vinicius já estava afastado das funções militares e respondia processo demissório por denúncia de peculato. Deste modo, por se tratar de crime cometido fora no exercício da função militar, a apuração ocorre na esfera civil.
A Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) confirmou ao Olhar Direto que o corpo foi encontrado sem a cabeça e um dos braços, porém não pelo resultado da violência cometida pela dupla. Preliminarmente, acredita-se que seja pela decomposição do corpo.
De acordo com a Polícia Judiciária Civil (PJC), Marcos trabalhava em um comércio que pertence ao esposo da mulher e contou que o crime foi encomendado por Ronaldo, mas não disse qual teria sido a motivação. O PM confessou, inclusive, que ele havia segurado a vítima enquanto Ronaldo a espancou até a morte.
A Polícia Civil realiza buscas para tentar localizar o suspeito de ser mandante do crime.
O caso
Conforme o boletim de ocorrência, o marido de Zuilda procurou a delegacia para registrar o desaparecimento da enfermeira. No veículo dela foram encontrados sinais de manchas com sangue e fios de cabelo. Ele afirmou que passou no hospital onde ela trabalha para buscá-la após o término do plantão. Como ele estava trabalhando com venda espetinhos, deixou a mulher em casa e voltou ao trabalho. Como ela não apareceu, ele resolveu retornar por volta das 20 horas.
Na casa, o homem constatou que a mulher e uma Toyota SW4 preta não estavam no local. Como disse ter achado que ela estava na igreja, resolveu voltar para o trabalho. Já por volta das 21 horas, encontrou a caminhonete estacionada em frente a residência e trancada.
Leia as notas da PM na íntegra:
O Comando do 3º Comando Regional da Polícia Militar, com sede em Sinop, informa que tão logo tomou conhecimento da acusação que pesa sobre o soldado PM determinou que oficiais militares acompanhassem as ações da Polícia Civil com o intuito de colaborar para o esclarecimento do homicídio da enfermeira e a participação do militar. Nesse sentido, desde a tarde e ontem(07) uma equipe do 3º CR diligencia conjuntamente com a Polícia Civil.
O soldado em questão está já estava afastado das funções militares respondendo processo demissório. E a PM esclarece que por se tratar de crime cometido fora no exercício da função militar a apuração ocorre na esfera civil, nesse caso específico na Delegacia de Homicídios de Sinop.
Todavia, a conduta do policial será objeto de apuração interna na PM, por meio da Corregedoria. A PM de Sinop permanece à disposta para auxiliar as investigações e reforça que o compromisso diário da instituição é em defesa da sociedade.
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O soldado preso sob acusação de autoria da morte da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, em Sinop, está afastado das funções militares há pouco mais de dois meses e responde processo demissório por denúncia de peculato(crime de desvio de um bem ou valor por funcionário público cometido no exercício da função).
Ele já havia sido investigado em Inquérito Policial Militar(IPM), uma apuração que levou à instalação do processo administrativo denominado Conselho de Disciplina, cujo trâmite encontra-se na fase de instrução.
O Conselho de Disciplina é a última etapa da investigação, quando é confirmada a incapacidade do militar de permanecer na ativa, conforme estabelece a Lei Estadual 3.800/76, e exige o afastamento do policial até que seja emitida a decisão.
Fonte: Olhar Direto