Um estudo preliminar identificou evidências da existência de um sítio arqueológico nas imediações de uma das pontes previstas no projeto do “Contorno Norte Cuiabá-Várzea Grande”, mais conhecido como rodoanel. Diante disso, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) informou que vai tomar todas as providências necessárias para respeitar o achado arqueológico e o sítio será resgatado. Porém, segundo os especialistas, o sítio identificado é classificado como normal e não há necessidade de alteração do projeto.
De acordo com a Sinfra, o projeto avançou mais uma etapa e entra na reta final para obtenção da licença ambiental, um dos requisitos para início dos trabalhos. Para chegar nesse estágio, o órgão estadual investiu em estudos preliminares de impacto arqueológico e de avaliação do patrimônio cultural da região da Baixada Cuiabana que será beneficiada com a construção do contorno.
Os temas em questão serão tratados durante a apresentação do projeto de avaliação do patrimônio cultural do contorno, marcada para hoje (25), em Cuiabá. O evento é uma promoção da Sinfra em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre outros. Secretário da pasta, Marcelo de Oliveira, explica que grandes obras de infraestrutura, como o rodoanel, devem começar somente após o término dos levantamentos técnico, ambiental e cultural que impactam de alguma forma na execução do empreendimento, visando evitar possíveis interrupções durante o andamento dos trabalhos.
Tanto que no decorrer da elaboração do projeto da obra, o Iphan indicou que na área onde será construído o contorno norte poderia existir vestígios arqueológicos. “A Sinfra se adiantou e realizou um estudo preliminar para diagnóstico, o qual identificou evidências da existência de um sítio arqueológico nas imediações de uma das pontes previstas no projeto, entre Cuiabá e Várzea Grande”, disse por meio da assessoria de imprensa.
Oliveira reforça que a descoberta não impede a emissão de licença ambiental por parte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e o início das obras. “A gestão atual do Governo do Estado prima pela valorização da cultura mato-grossense. Todos os pontos indicados pelo Iphan serão levados em consideração, mas isso não barra o seu início”, afirmou. O Iphan fará um Termo de Referência que possibilitará a empresa contratada pela Sinfra realizar o levantamento sobre a localização exata do sítio arqueológico e, posteriormente, o resgate de possíveis materiais. Esse trabalho poderá ser feito paralelamente à obra num prazo de até 60 dias.
Conforme a Secretaria de Infraestrutura, a construção do complexo do rodoanel terá impacto em todos os municípios da baixada, como Poconé, Santo Antônio de Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Jangada, Acorizal, Rosário Oeste, Nobres, Chapada, entre outros. Pesquisas realizadas demonstram que a viola de cocho é um dos principais símbolos culturais dessa região beneficiada pela obra. Justamente por isso, a apresentação do projeto de avaliação do patrimônio cultural do contorno tem como um dos focos principais a valorização e a preservação desse instrumento, seguindo orientação do Iphan.
O traçado previsto para o contorno tem uma extensão de 52 quilômetros de pista duplicada, sendo 41 quilômetros na capital e outros 11 quilômetros na cidade vizinha. Após sua conclusão o complexo vai ligar a região do Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, até o Distrito Industrial de Cuiabá, passando pela Estrada da Guia (MT-010), rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251), chegando à BR-364. A obra é resultado de um convênio firmado entre o Estado e a União.
Fonte: Diário de Cuiabá