O horário de verão deve acabar a partir deste ano. Foi o que declarou o presidente Jair Bolsonaro afirmando que “a ideia nossa é que não tenha horário de verão neste ano. Está quase certo”, declarou a jornalistas. Segundo ele, a mudança foi discutida com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e será anunciada em breve.
O horário de verão foi adotado em 1931, com o objetivo a economia de energia, já que as pessoas aproveitam a luz solar por mais tempo. Porém, nos últimos anos estudos têm apontado pouca economia de energia no período. Oficialmente, o horário de verão é aplicado para diminuir o consumo de energia nos horários de pico, evitando a sobrecarga no sistema, que exige o acionamento de usinas termelétricas, mais caras e poluentes. Os impactos da medida, porém, vão muito além do setor.
Confira os pontos negativos e positivos do horário de verão para diversos setores da sociedade:
PONTOS POSITIVOS
Quem gosta do horário de verão provavelmente segue um raciocínio como este aqui: o dia mais longo incentiva a população a passar mais tempo ao ar livre e também aproveitar a claridade em parques e outras atrações turísticas depois do horário de trabalho.
Os motivos econômicos, seriam mais importantes. Adiantando o relógio, o sol se põe mais tarde e a luz natural fica disponível por mais tempo, diminuindo o gasto de energia elétrica. Em 2017, o Brasil estimou uma economia de R$ 157 milhões no consumo de eletricidade durante o horário. Mas essa é a parte óbvia.
PONTOS NEGATIVOS
Estudos realizados em parte dos EUA, Austrália e Japão perceberam o aumento do consumo de energia em até 3% no horário de verão. Essas pesquisas foram importantes para mostrar que a lógica do horário de verão não era tão precisa quanto se imaginava – e que mais claridade no fim do dia não necessariamente significa menos energia gasta. Um dos motivos é a energia extra utilizada de manhã, já que o sol demora mais para nascer.
Além da parte energética, vai e vem dos ponteiros interfere em nosso relógio biológico e compromete a qualidade do sono. As consequências podem ser sérias: dependendo do seu organismo, as chances de problemas cardíacos aumenta em até 10% nos primeiros dias de adaptação ao novo horário.
E não são só os relógios do corpo que dão problema e podem dar prejuízo. Por exemplo, custa entre US$ 500 milhões e 1 bilhão para que as grandes empresas dos EUA adaptem suas redes internas ao horário de verão.
FONTES: Artigos Does Extending Daylight Saving Time Save Energy? Evidence from an Australian Experiment, de Ryan Kellogg e Hendrik Wolff, e Does Daylight Saving Time Save Energy? Evidence from a Natural Experiment in Indiana, de Matthew Kotchen e Laura Grant; SR1 International, NATIONAL GEOGRAPHIC, The Guardian e timeanddate.com