Um grupo de amigos promoveu um protesto na manhã de sábado (02) para mostrar indignação e repúdio com o descaso do Centro Histórico de Cuiabá. O ato ocorreu após desabamento de um casarão, na última terça-feira (28), onde funcionou a primeira gráfica do município, na Rua Voluntários da Pátria.
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A manifestação aconteceu por volta das 9 horas, no casarão, ao lado do Museu de Imagem e do Som de Cuiabá (Misc). O grupo também aponta descaso com a casa de Bem Bem.
Nesta semana, a Prefeitura de Cuiabá anunciou que a área passa atualmente por um processo de valorização estrutural, ocupação e democratização, graças a recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC – Cidades Históricas), do Governo Federal.
Os resultados começaram a ser observados com a reinauguração do Misc, em 2017. Desde então, o espaço tem recebido uma série de eventos destinados a diferentes públicos, incluindo em sua programação aulas de viola caipira, mostras de fotografia e religiosidade popular, contação de histórias, arte LGBTQI+ e outras.
Na sequencia, começam os trabalhos de restauração da Praça do Beco do Candeeiro e o prédio do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan). Somadas a outras nove intervenções, estimadas em cerca de R$10 milhões, as obras formarão um quadrilátero onde serão desenvolvidas atividades em conjunto com artistas e movimentos sociais. O objetivo é trazer de volta a vida ao espaço, que atualmente corresponde a 10% do centro urbano da Capital.
Todos esses projetos foram pensados para os 300 anos e que, sendo assim, muitos deverão ser executados ainda em 2019. Segundo o Prefeito, Emanuel Pinheiro, a revitalização traduz o perfil e o modelo de gestão pública implantando pela administração, levando em conta o período em que o município completa seu tricentenário. “Uma gestão humanizada, acessível às pessoas e a todos os segmentos não poderia desconsiderar nosso passado. E nós temos essa capacidade de acolher a todos e assimilar o que de melhor nos é apresentado para construir nossa própria história.”
O secretário de Cultura, Esporte e Turismo, Franciso Vuolo, destaca que há poucos imóveis tombados pelo município e que, embora a gestão possa ser parceiros em alguns processos, a responsabilidade maior é dos proprietários. “Em muitos casos os casarões são parte de herança da família e pertencem a muitos donos, o que inviabiliza a ação do poder público. Infelizmente, pela falta de cuidado dos donos acabam se deteriorando e culminando em situações como o desabamento da antiga Gráfica Pepe, nesta semana.”
Fonte: Olhar Direto