Grande Hotel foi imponente obra do Estado Novo de Vargas em Cuiabá

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Atrás da Igreja Matriz, na esquina que liga a Rua Joaquim Murtinho à Avenida Getúlio Vargas, um belo prédio de varandas circundadas por arcos abriga hoje a Secretaria de Estado de Cultura. Em 1940, ali começava a ser erguido o Grande Hotel, uma das obras oficiais que vieram junto à política de modernização do Estado Novo do então presidente Getúlio Vargas.

Quem trafega pela Avenida no Centro Histórico da Capital talvez nem pare um segundo para imaginar como se configurava aquele espaço há 50, 70, 100 anos. Trânsito, muita gente, barulho e certa poluição visual atrapalham a interessante “viagem no tempo”.

Varandas, pátios e 38 quartos, todos desenhados por uma arquitetura de linhas retas, geométricas e elegantes, típicas do estilo Art Dèco, bastante utilizado nas obras do governo de Getúlio. A construção de importante obra gerava especulações entre a população, que se perguntava de onde viria tanta gente para ocupar um hotel tão grande.

Mas logo isso seria respondido. Com a política federal da “Marcha para o Oeste”, Cuiabá passou a receber muitos visitantes com poder aquisitivo e autoridades. Revendedores, representantes de empresas, embaixadores, políticos, pilotos e gente de diversos segmentos trataram de ocupar os quartos do estabelecimento.

Maria José Couto Valle, Gerente de Inventário e Tombamento da Secretaria de Estado de Cultura, ocupante de um dos 38 quartos do antigo hotel – hoje seu local de trabalho – conta que aos domingos lá era oferecida uma “reunião dançante”, congregando moças e rapazes da região. Outrora esses jovens tinham como diversão dominical apenas os passeios pelo Jardim Alencastro, hoje Praça Alencastro, em frente à Prefeitura Municipal.

Durante seu período áureo, o Grande Hotel hospedou muitas personalidades da época, como Emilinha Borba (rainha do rádio), Ângela Maria, Procópio Ferreira, o próprio presidente Getúlio Vargas, dentre outros. Ali, os bailes de carnaval no salão de festas e pelas varandas eram muito concorridos pela sociedade cuiabana.

Duas décadas após sua construção, nos anos 1960, o Grande Hotel deixou de funcionar. A partir de 1965, sediou a administração central do Banco do Estado de Mato Grosso, BEMAT, desativado em 1995. Foi tombado pela Fundação Cultural de Mato Grosso em 1984.

Fonte: Da Redação/Olhar Direto